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Já está rolando na croissette o desfile de celebridades presentes em Cannes, um dos principais festivais de cinema do mundo, que vai até 28 de maio. Para ficar no clima do evento, trago dicas de filmes premiados na riviera francesa no passado, incluindo "Titane", o vencedor da Palma de Ouro de 2021.
Amores Brutos
Vencedor do prêmio da Semana da Crítica em Cannes, em 2000, este longa revelou o talento do mexicano Alejandro Gonzalez Iñárritu, diretor premiado com o Oscar por "Birdman" e "O Regresso". No melhor estilo "Pulp Fiction", as histórias de três personagens são entrelaçadas: um sem-teto que tenta voltar para sua família, o dono de um cachorro de lutas clandestinas e um homem que deixa a mulher para viver com uma modelo. Todos são envolvidos em um acidente de carro.
Disponível na Netflix (154 min.)
Drive
Nicolas Winding Refn ganhou o prêmio de melhor diretor em 2011 com este policial estrelado por Ryan Gosling e Carey Mulligan, e com outros bons nomes em pequenos papéis, como Bryan Cranston e Oscar Isaac. Gosling interpreta um caladão e habilidoso piloto que usa seu talento como dublê de filmes em Hollywood ou como piloto de fugas de assaltos. No entanto, quando ele se apaixona pela vizinha cujo marido está para sair da prisão, sua vida dá uma guinada.
Disponível na Netflix (100 min.)
Força Maior
Antes de "The Square", Ruben Östlund já havia chamado a atenção no festival francês com este ótimo drama, vencedor do prêmio do júri na mostra Um Certo Olhar. Uma família sueca composta por pai, mãe e dois filhos convive harmoniosamente e vai passar as férias nos alpes. Tudo vai bem até que uma avalanche provocada artificialmente sai do controle e se aproxima do restaurante onde eles estão, dando um susto em todos. No entanto, a reação dos pais diante da quase tragédia é bem diferente: enquanto ela pula em cima dos filhos para protegê-los, ele impulsivamente sai correndo para a saída. isso provoca revolta na mulher, colocando em xeque o casamento e o papel do pai na família.
Disponível no Prime Video e no Mubi (120 min.)
Paris, Texas
Um dos grandes filmes cult dos anos 1980, "Paris, Texas" (1984) rendeu a Palma de Ouro e o prêmio do júri em Cannes ao alemão Wim Wenders. Harry Dean Stanton, que morreu em 2017, interpreta o homem encontrado sem memória no meio de um deserto nos EUA. Depois de ser acolhido pelo irmão, ele começa a recobrar a memória e sai em busca da esposa. Participação não tão grande, mas marcante, de Nastassja Kinski.
Disponível no Belas Artes à la Carte (145 min.)
O Piano
Jane Campion acabou de ganhar o Oscar de direção com "O Ataque dos Cães" em sua segunda tentativa. A primeira foi com "O Piano" (1993), que perdeu no Oscar, mas levou a Palma de Ouro —dividida com "Adeus, Minha Comcubina", de Chen Kaige. Na trama, na era vitoriana, uma mulher que não fala é obrigada a se mudar para a Nova Zelândia com a filha por um casamento de conveniência. Seu amado piano é vendido pelo marido para um comerciante local. Ela passa a encontrar o comerciante para recuperar o instrumento em troca de aulas e sexo. Os encontros ficam cada vez mais intensos, e com consequências graves. Holly Hunter e a jovem Anna Paquin levaram o Oscar de atriz e de atriz coadjuvante, respectivamente.
Disponível no Telecine (121 min.)
Pulp Fiction - Tempo de Violência
Não é muito comum ver os americanos triunfarem em Cannes, e olha que a obra-prima de Quentin Tarantino tinha forte concorrência, como "A Rainha Margot" e "Através das Oliveiras", mas pode ter ajudado o fato de o júri de 1994 ter sido presidido por Clint Eastwood. O longa que virou cult conta histórias de vários personagens que se cruzam em ordem não cronológica, como a de dois capangas da máfia que vão cobrar uma dívida; ou quando um deles deve levar a namorada do chefão para jantar; ou a de um boxeador que tenta dar um golpe nos apostadores e fugir da cidade. O elenco afiado reúne Samuel L. Jackson, John Travolta, Uma Thurman, Bruce Willis, Harvey Keitel e cia.
Disponível na HBO Max (154 min.)
The Square: A Arte da Discórdia
Um respeitado curador de um museu em Estocolmo está em um período de extrema tensão profissional e faz de tudo para que uma nova instalação faça sucesso, inclusive contrata uma empresa de relações públicas. No entanto, ele tem o celular roubado e perde um pouco o controle de tudo que está à sua volta, se submetendo a situações que colocam em dúvida sua ética. O filme do sueco Ruben Östlund (o mesmo de "Força Maior"), com a americana Elizabeth Moss ("The Handmaid’s Tale"), ganhou a Palma de Ouro em 2017. Leia a crítica do filme.
Disponível no Belas Artes à la Carte (151 min.)
Titane
Vencedor mais recente da Palma de Ouro, o polêmico "Titane", de Julia Ducournau, desbancou o queridinho da crítica, "Drive My Car", que mais tarde ficou com o Oscar de filme internacional. O filme de fato tem uma trama um tanto bizarra ao contar a história de personagens como uma mulher que, depois de um violento acidente de carro, passa a sentir atração sexual por automóveis; e de um jovem encontrado num aeroporto dez anos após seu desaparecimento; para completar, uma série de assassinatos estão acontecendo na mesma região. Dá para dizer que é audacioso, no mínimo. Leia mais sobre o filme.
Disponível no Mubi (108 min.)
Volver
Apesar de todo o sucesso nas variadas premiações, Pedro Almodóvar ainda não conquistou a Palma de Ouro. Esteve perto com "Tudo sobre Minha Mãe" (prêmio de direção) e com este "Volver", escolhido como melhor roteiro e com o prêmio de atriz repartido para o elenco feminino, capitaneado por Penélope Cruz, Lola Dueñas e Carmen Maura. O filme traz um apanhado de mulheres fortes de uma família, que precisam sobreviver contras as dificuldades econômicas e sociais, apesar dos homens que as cercam. Raimunda (Penélope) conversa mais com a mãe depois da morte dela do que quando era viva. Essa comunicação fica ainda maior após uma tragédia envolvendo Raimunda e a filha adolescente.
Disponível na Netflix e no Mubi (121 min.)
Dica bônus:
O Show de Truman
Ok, o longa de 1998 de Peter Weir nunca foi selecionado para o Festival de Cannes, mas um fotograma do filme ilustra o pôster oficial desta edição do evento francês. O filme, que continua atual, conta a história de Truman (Jim Carrey), um pacato vendedor que leva uma rotina tranquila até que começa a desconfiar que toda a sua vida é uma farsa. Truman, na verdade, é a estrela de um reality show, desde o dia em que nasceu, O Show de Truman. Ed Harris e Laura Linney também se destacam no elenco.
Disponível no Prime Video e na HBO Max (103 min.)
o que tem de novo
Bel-Air
Esta nova versão para a sitcom "Um Maluco no Pedaço" (ou "The Fresh Prince of Bel-Air", em inglês), que fez fama com Will Smith nos anos 1990, guarda poucas semelhanças com o original. A estrutura básica é a mesma: Will Smith (interpretado por Jabari Banks) é um adolescente que deixa a Filadélfia para morar com a família dos tios em uma mansão de Bel-Air, Los Angeles. Mas as semelhanças param por aí. Esqueça a comédia com caras e bocas de Smith e a claque te lembrando a hora de rir. "Bel-Air" é um drama teen, com classificação etária de 16 anos no Star+. O primeiro episódio explica bem o que levou Will a ter que se mudar: astro de basquete no colégio, ele aceita uma aposta com um traficante em um jogo na rua e, após vencer, as coisas acabam mal, com Will indo parar na cadeia. Tio Phil (Adrian Holmes), advogado e candidato a promotor em Los Aangeles, oferece abrigo e um recomeço para o jovem em Bel-Air. O antes bobão Carlton (filho de Phil e Viv) agora usa drogas escondido e assume o papel de vilão ao ser antagonista de Will na casa e na escola. Já Will Smith, o real, aparece apenas nos créditos, como produtor executivo.
Disponível no Star+ (10 episódios)
A Cidade É Nossa
Fãs de "The Wire" (também na HBO Max) devem gostar desta nova minissérie policial em seis episódios. Adaptação do livro de Justin Fenton, por sua vez Inspirada em uma história real, a produção mostra o combate à corrupção policial em Baltimore (cidade de "The Wire"). De forma não linear, a série vai apresentando o emaranhado de personagens e suas ligações, focando mais no violento sargento Wayne Jenkins (Jon Bernthal), desde sua entrada na polícia até o período em que ele se transforma no chefe de uma força especial para apreender armas. No entanto, mais do que a ação de um policial ou de um grupo, a série cristaliza um comportamento sistêmico da polícia. Candidata a uma das melhores séries do ano.
Disponível no HBO Max (4 de 6 episódios)
Moonfall - Ameaça Lunar
Se você gosta de filme catástrofe, mas gosta muito, e estava sentindo muita falta, mas muita mesmo, pode experimentar "Moonfall". É mais um filme de Roland Emmerich, o homem que já destruiu a Terra com invasão alienígena ("Independence Day"), mudança climática ("O Dia Depois de Amanhã") e até profecia maia ("2012"). Desta vez, uma força misteriosa tira a Lua de sua órbita natural, o que vai provocar uma colisão com a Terra e… a aniquilação do planeta, claro. Um astronauta desacreditado, sua antiga parceira e um teórico meio lunático (trocadilho inevitável) são a última esperança da Terra. Com Halle Barry (pois é), é candidato forte ao Framboesa de Ouro 2023. Mas… tem aquelas cenas de destruição em grande escala.
Disponível no Prime Video (130 min.)
Top Gun: Ases Indomáveis
Aproveitando a estreia de "Top Gun: Maverick" nos cinemas, o Star+ disponibilizou recentemente o primeiro filme com o personagem. Não que precise de muita informação para acompanhar a sequência, mas saudosistas dos anos 1980 podem relembrar o primeiro, que tinha ótimas cenas de ação com perseguições aéreas, uma trilha sonora pop que vendeu muitos LPs (eu comprei um), Kelly McGillis belíssima e Tom Cruise belíssimo se transformando em um dos principais astros de sua geração. A história? Bem, Maverick (Cruise) é um piloto de caças talentoso, arrogante e rebelde, que é enviado a uma escola com outros pilotos para aprimorar suas habilidades e se transformar em um… top gun, uhu. No caminho, ele se apaixona pela instrutora (McGillis), entra em atrito com outro coleguinha (Val Kilmer) e joga vôlei de praia com o parceirão Goose (Anthony Edwards).
Disponível no Star+ (100 min.)
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