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Rodrigo Santoro diz que a morte de Dom Phillips e Bruno Pereira dá desespero

Ator lança 'Sem Limites', sobre as grandes navegações, e afirma que violência no Brasil é fruto da colonização

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São Paulo

Foi poucos dias depois da confirmação das mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips que Rodrigo Santoro embarcou em vários compromissos para divulgar sua nova série, "Sem Limites".

Dada a urgência do assunto, ele não passou despercebido na conversa que o ator teve com este jornal. Isso porque o trabalho, que estreia agora no Amazon Prime Video, fala da época das grandes navegações, e Santoro acredita que a colonização das Américas, ocorrida no período, tem relação direta com o ciclo de violência que existe hoje no Brasil.

Rodrigo Santoro
Rodrigo Santoro em retrato para a GQ Brasil - Daniel Klajmic

"Infelizmente, nós ainda vivemos o fruto dessa violência colonial. É uma das questões que nos ajudam a entender o momento atual do país. A gente acabou de ver uma tragédia, com a morte do Bruno Pereira e do Dom Phillips, homens dedicados a duas das nossas maiores riquezas, nossa natureza e cultura. Olhar para isso é desesperador. É preciso ter esperança, mas está difícil, muito difícil", diz ele.

Dom Phillips e Bruno Pereira foram mortos no início do mês passado, no vale do Javari, no Amazonas. As mortes jogaram pressão sobre o presidente Jair Bolsonaro ao evidenciar a atuação de grupos criminosos na Amazônia. A partir da confissão de culpa de um dos suspeitos, o pescador Amarildo da Costa Oliveira, o Pelado, a Polícia Federal localizou os corpos, após dias de buscas.

"A colonização não acaba quando os portugueses partem. A mentalidade implantada aqui é tão forte que eles partem e nós continuamos colonizando uns aos outros", diz ainda Santoro, que denunciou a matança de povos originários pelos portugueses e, posteriormente, pelos que ficaram no território brasileiro.

"Sem falar nos povos ancestrais que ali estavam, os originários, termo que vem da origem. A série fala de um momento em que o território é invadido. E, apesar da violência que foi a colonização, os povos originários seguiram com sua identidade própria. É preciso entender que essa afirmação desse modo de vida é de uma riqueza extraordinária, ainda mais em meio a essa crise ambiental gigante que nós estamos vivendo."

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