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'Yu-Gi-Oh!': Morte de Kazuki Takahashi nos faz reviver a febre de cartas

Artista garantiu a diversão de muita criança nos anos 2000 e nos deixou na expectativa por Exodias e Dragões Brancos

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​A série de mangás "Yu-Gi-Oh!" pode até ter sido a criação seminal de Kazuki Takahashi, mas talvez seja o jogo de cartas que ela inspirou o que mais contribuiu para eternizar o trabalho do japonês na mente de quem foi criança nos anos 2000.

Encontrado morto nesta quarta-feira, boiando a 300 metros da costa de Okinawa, no Japão, Kazuki Takahashi tinha 60 anos e, agora, inspira uma investigação sobre o que teria acontecido com ele —as hipóteses são de morte acidental ou criminosa.

Kazuki Takahashi, criador de "Yu-Gi-Oh!"
Kazuki Takahashi, criador de 'Yu-Gi-Oh!' - Jody Cortes/Divulgação

Enquanto isso, a morte trágica e prematura faz os marmanjos de hoje não apenas lamentarem, mas também revisitarem o que foi a febre "Yu-Gi-Oh!" há 20 anos. Criada em 1996, a série de mangás fez sucesso ao acompanhar Yugi Muto, um garoto que, ao resolver um enigma ancestral, descobre um alter ego jogador de cartas, capaz de resolver as mais diversas situações ao despertar criaturas míticas que batalham entre si.

Mais importante que os mangás, ao menos no Ocidente, foram os animes adaptados a partir das páginas. O primeiro, da Toei Animation, foi ao ar já nos anos 1990. O segundo, mais longevo e bem-sucedido, foi produzido pela Nihon Ad Systems e passou quatro anos e 244 episódios em exibição, sob o título "Yu-Gi-Oh! Duel Monsters".

Foi aí que o universo de Takahashi expandiu e tomou Oriente e Ocidente de assalto. Além de séries derivadas e filmes, ele deu origem a jogos de videogame e, mais importante, a um jogo de cartas físico da Konami, com regras como as que o personagem dos mangás seguia em seus duelos.

Quem cresceu nos anos 2000 não escapou da comoção que circundava as cartinhas de papel. A ida às hoje escassas bancas de jornal com os pais com frequência se transformava em pedidos para comprar os pacotinhos —que, na verdade, estavam à venda em muitos outros lugares, tamanho o sucesso do jogo.

Abrir um daqueles era ser tomado por expectativa. De forma semelhantes às cartas de "Pokémon", cada exemplar continha uma criatura fantasiosa com poderes e personalidade únicos. O que a maioria das crianças queria era completar o Exodia, monstrengo laranja todo-poderoso que, para ser usado, precisava da junção das cartas que continham sua cabeça, os braços e as pernas.

Exodia, carta do jogo "Yu-Gi-Oh!"
Exodia, carta do jogo 'Yu-Gi-Oh!' - Reprodução

Mas um Dragão Branco de Olhos Azuis ou um Dragão Alado de Rá já estavam de bom tamanho. A comoção também era grande quando, em batalha, uma das crianças tirava de seu bolo um Mago Negro, o preferido do próprio protagonista Yugi Muto.

A verdade é que houve uma época, pré-dancinhas de TikTok ou até mesmo Orkut, em que aqueles pequenos pedaços de papel eram o bem mais precioso de qualquer garoto ou, mais raramente, garota. Eram tempos mais inocentes —e é certamente isso o que dizem as gerações anteriores sobre brincar na rua ou empinar pipa.

Para os nascidos nos anos 1990, no entanto, "Yu-Gi-Oh!" era o suprassumo da diversão. Era o que distraía a criançada quando saía, não os tablets e celulares de hoje. Os duelos e as trocas de cartas aconteciam com os vizinhos da rua ou do prédio, com os filhos de conhecidos dos pais e, claro, no intervalo tão aguardado entre uma aula e outra, na escola.

Takahashi fez da hora do recreio um momento mais emocionante.

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