Com as indicações deste ano para a edição de 2023 do Grammy —a maior premiação da indústria musical, que soltou sua lista de nominados nesta quarta-feira, 15—a cantora norte-americana Beyoncé adiciona mais um recorde a sua já extensa lista de triunfos.
Agora, com as nova leva de indicações, além de ser a mulher mais vitoriosa da história do Grammy —são 28 prêmios, quatro deles conquistados na última edição— ela também alcança a marca de Jay-Z, seu marido e também parceiro musical, como a artista com maior número de nominações nos 63 anos da premiação. Ambos foram indicados 88 vezes.
A nova marca é resultado de "Renaissance", disco de pegada dançante lançado pela artista em 29 de julho deste ano. Com ele, a cantora terá nove chances de crescer sua lista de estatuetas —inclusive nas categorias de álbum, gravação e música do ano, as mais importantes da premiação.
Caso leve para casa ao menos quatro estatuetas em 2023, Beyoncé superará o maestro Georg Solti, contemplado 31 vezes pelo Grammy, e será alçada ao posto de pessoa mais premiada da história.
Seria um aceno importante à artista, que, embora colecione indicações, têm histórico de ser injustiçada pelo Grammy —com exceção de "Single Ladies (Put A Ring On It)" escolhida como música de 2010, todas as outras vitórias de Beyoncé foram em categorias secundárias ou nichadas, como R&B, rap e urban music, comumente citadas por críticos como artifícios para premiar artistas negros mas deixá-los de fora das categorias principais.
A chance de recorde ganha camada extra após a histórica derrota de "Lemonade", de 2016, tido até hoje como o mais grandioso trabalho já feito pela cantora. O álbum foi preterido na edição de 2017 por "25", de Adele. Neste ano, a inglesa foi indicada em sete categorias com "30", e enfrentará Beyoncé novamente em parte delas.
Outro ponto que pode aumentar as chances de vitória de Beyoncé é a ausência de "Midnights", de Taylor Swift, queridinha do Grammy, que lançou seu disco após o período necessário para que ele se tornasse elegível —a cantora, que já levou onze estatuetas, fica como um problema para os concorrentes de 2024.
Não é incomum que artistas concentrem várias indicações em uma mesma edição do Grammy. Além de Beyoncé e Adele, apareceram mais de uma vez nomes como o de Kendrick Lamar, que teve oito indicações para o álbum "Mr. Morale & The Big Steppers", e Brandi Carlile, outra do rol de cantoras que a academia gosta de indicar com frequência.
Apesar dos possíveis recordes de Beyoncé e da feliz inclusão de Anitta entre os indicados, a lista não guarda grandes surpresas. Apareceram, por exemplo, artistas em que o Grammy já aposta há certo tempo, como Harry Styles, Lizzo e Doja Cat.
Os escolhidos para concorrer à estatueta de revelação comprovam, novamente, que o prêmio tem dificuldade em reconhecer com mais rapidez o que há de fresco na música mundial e que escape do radar norte-americano.
Isso fica explícito com o atraso na inclusão de Anitta e da banda Maneskin na categoria —embora estejam em seu auge no mercado internacional, a cantora tem uma carreira de mais de uma década e o grupo italiano já tem chamado atenção há alguns anos.
O porto-riquenho Bad Bunny, por exemplo, que já havia feito barulho em 2020, sequer foi considerado como uma revelação. Com o elogiado "Un Verano Sin Ti", passou direto para categorias maiores, como álbum do ano —é a primeira vez que um artista indicado a categorias latinas chega a tal posto, aliás. Somado à presença de Anitta, pode mostrar um esforço do Grammy para finalmente calibrar seu olhar e dar devida importância ao que não é cantado em inglês.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.