O ator Daniel Radcliffe, que publicou uma carta aberta em junho de 2020 afirmando que "mulheres transgêneros são mulheres", disse que a autora de "Harry Potter", JK Rowling, não é porta-voz de todos na franquia, conforme falou ao portal IndieWire.
A escritora britânica é conhecida por suas polêmicas com a comunidade LGBTQIA+, sobretudo acusada de diversas falas transfóbicas.
Na entrevista, o ator diz ter conhecido muitos jovens queer e trans desde que terminou de participar na saga, cujo último filme foi lançado em 2011. Por isso, ele conta que se sentiu obrigado a fazer uma declaração pública sobre o assunto.
"Está claro que precisamos fazer mais para apoiar pessoas transgênero e não binárias, não invalidar suas identidades e não causar mais danos", escreveu ele na carta de então, publicada no portal do The Trevor Project, entidade que atua na prevenção do suicídio para jovens LGBTQIA+ e que Radcliffe apoia desde 2010.
"Trabalhei com o Trevor Project por mais de dez anos, então acho que não conseguiria me olhar no espelho se não tivesse dito nada", disse na entrevista recente.
Em outro trecho da carta, Radcliffe diz lamentar a dor que os comentários de Rowling causaram nos fãs.
"Se sexo não é real, não existe atração entre pessoas do mesmo sexo. Se sexo não é real, a realidade vivida por mulheres ao redor do mundo é apagada. Conheço e amo pessoas trans, mas apagar o conceito de sexo remove a habilidade de muitos discutirem suas vidas de forma significativa. Não é ódio dizer a verdade", escreveu a autora em 2020.
Em outra ocasião, no Twitter, publicou "guerra é paz, liberdade é escravidão, ignorância é força". "O indivíduo de pênis que te estuprou é uma mulher", escreveu, fazendo alusão ao livro "1984" de George Orwell.
Outros nomes da produção dos filmes, como Tom Felton, que interpretou Draco Malfoy na série, também já criticaram e repudiaram as falas preconceituosas da escritora.
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