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Games: Como o 'trintão' Sonic tenta reencontrar seu estilo

Edição da newsletter Combo analisa a tentativa da Sega de reconstruir a franquia com 'Sonic Frontiers'

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São Paulo

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Sonic tinha uma missão bem definida quando foi criado pela Sega no início dos anos 1990. E ela não era derrotar o Dr. Robotnik, vilão dos jogos do ouriço azul, mas sim, fazer frente a Mario, mascote da Nintendo, a principal concorrente da empresa de Tóquio no então incipiente mercado de consoles de videogame.

Desenhado sob medida para o mercado americano, Sonic não falhou e foi uma peça fundamental do marketing da Sega para que o Mega Drive (ou Genesis, como o console se chamava nos EUA) se tornasse o videogame mais popular do país poucos meses após o lançamento de "Sonic the Hedgehog", em junho de 1991.

O sucesso continuou com "Sonic 2", lançado em 1992, que introduziu Tails e possibilitou que o game fosse jogado como um multiplayer cooperativo, e com "Sonic 3", quando surge Knuckles, com novas opções de movimento, jogabilidade e fases ainda maiores. Os três games, considerados o ponto alto da franquia, têm o estilo em comum: são jogos de plataforma de rolagem lateral, com ação rápida e controles precisos.

Imagem do jogo 'Sonic Frontiers', da Sega
Imagem do jogo 'Sonic Frontiers', da Sega - Divulgação

Na segunda metade dos anos 1990, no entanto, a franquia começou a enfrentar problemas. Os desenvolvedores tiveram uma série de dificuldades para adaptar a jogabilidade veloz que marcou os títulos iniciais para jogos em 3D, que começavam a se firmar como um novo padrão na indústria de games.

Paralelamente, a Sega passava por dificuldades na "Guerra dos Consoles". O Sega Saturn, lançado em 1995 nos EUA, não emplacou e ficou bem atrás do PlayStation, console de estreia da Sony, e do Nintendo 64 em número de unidades vendidas. A última aposta da empresa no mercado de hardwares foi o Dreamcast, lançado em outubro de 1999 nos EUA e descontinuado prematuramente menos de dois anos depois, em março de 2001.

O fracasso da Sega nos consoles fez com que os jogos do ouriço azul do fim dos anos 1990 se tornassem quase peças de colecionador, já que os games do personagem eram exclusivos para equipamentos que pouca gente chegou a comprar. Precisando se recuperar financeiramente, a empresa japonesa viu em sua franquia mais popular um caminho para sair do prejuízo.

De 2001, quando a Sega começou a se dedicar exclusivamente ao desenvolvimento de jogos, até o fim de 2019, a empresa lançou 45 games inéditos protagonizados pela sua mascote —sem contar relançamentos e títulos publicados apenas no Japão. Uma média de 2,5 jogos por ano, nem todos com a atenção e cuidado que uma franquia que já foi tão importante demandava.

Esses jogos tinham os estilos mais variados. Além de títulos de plataforma, tanto 2D quanto 3D, foram lançados jogos mobile, de corrida, de RPG, esportivos, de ação, pinball… Até chegarmos a "Sonic Frontiers", lançado no último dia 8 e que leva a franquia, de novo, para um terreno ainda não explorado, o dos jogos em mundo aberto.

Em entrevista à revista Game Informer, o chefe do Sonic Team (como é chamada a equipe de desenvolvedores de jogos do Sonic na Sega), Takashi Iizuka, afirmou que o título, além de comemorar os 30 anos do personagem, também buscaria definir o futuro da franquia.

"Desde o lançamento de ‘Sonic Forces’ [em 2017, que foi mal recebido pelos críticos], o Sonic Team no Japão testou diferentes abordagens para entregar uma experiência Sonic para a nova geração. Enquanto comemoramos os 30 anos do Sonic e pensamos sobre qual deveria ser a experiência de gameplay moderno para um título do Sonic, nós também precisávamos pensar sobre qual caminho devemos seguir na próxima década", afirmou.

"Frontiers" realmente representa um novo capítulo na história de Sonic. O game tem clara inspiração em jogos de mundo aberto de grande sucesso, como "The Legend of Zelda: Breath of the Wild", "Shadow of the Colossus" e até "Elden Ring", e consegue aplicar com eficiência princípios de design desenvolvidos e popularizados por esses títulos e ainda fazer referências a aspectos históricos da franquia.

No entanto, "Sonic Frontiers" ainda fica aquém desses clássicos. Os controles e a câmera do jogo não são tão precisos quanto um título de plataforma 3D precisaria, um problema recorrente na franquia. Na ânsia de não deixar o mundo aberto vazio, muitos obstáculos, puzzles, minigames e inimigos aparecem de forma repetitiva.

Imagem do jogo 'Sonic Frontiers', da Sega
Imagem do jogo 'Sonic Frontiers', da Sega - Divulgação

Os aspectos de RPG adicionados também parecem um pouco exagerados para um game que, em sua maior parte, se propõe a ser um jogo de plataforma. Ainda nas primeiras horas, o jogador é introduzido a uma gama de itens colecionáveis que incluem: sementes azuis, sementes vermelhas, criaturinhas chamadas de "Kocos", chaves de cofre, tokens de memória, engrenagens de portal, moedas roxas e, claro, as tradicionais argolas douradas.

Mesmo com esses problemas, é possível perceber a tentativa de reconstruir a franquia sobre uma base sólida, respeitando princípios fundamentais da série e corrigindo erros do passado, com jogabilidade e design modernos. Se o trabalho for mantido nos próximos lançamentos, os fãs podem ficar esperançosos por uma nova era de ouro do "trintão" Sonic.

(Uma cópia de "Sonic Frontiers" foi cedida pela Sega para a realização deste texto.)

Imagem do jogo 'Sonic Frontiers', da Sega
Imagem do jogo 'Sonic Frontiers', da Sega - Divulgação

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dica de game, novo ou antigo, para você testar

God of War Ragnarök

(PS 4/5)

Um dos jogos mais aguardados do ano finalmente chegou na última quarta (9) e não decepcionou. Apesar da apreensão nos últimos meses pela falta de informações sobre o gameplay do novo jogo da franquia "God of War", o título conseguiu manter e até melhorar em alguns pontos o que havia de bom no reboot de 2018. Provavelmente voltaremos a falar do game aqui na Combo. Enquanto isso, leia a crítica do jogo na Folha.


UPDATE

novidades, lançamentos, negócios e o que mais importa

  • Depois do Reino Unido, foi a vez da União Europeia afirmar que irá aprofundar suas investigações sobre a aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft. Segundo o site GameIndustry.biz, o órgão regulador de concorrência do mercado europeu afirmou que o negócio pode "reduzir significativamente" a competição na distribuição de jogos e mostrou preocupação com a possibilidade de games de primeiro nível, como "Call of Duty", se tornarem exclusivos para consoles Xbox.
  • A Activision afirmou que "Call of Duty: Modern Warfare 2" ultrapassou a marca de US$ 1 bilhão (R$ 5,3 bilhões) em vendas dez dias depois de seu lançamento, um recorde para a franquia. A melhor marca era de "Black Ops 2", que demorou 15 dias para chegar a US$ 1 bilhão em arrecadação. O novo game, no entanto, foi lançado com preço base de US$ 70, mais alto que os US$ 60 do título de 2012.
  • A Remedy Entertainment anunciou que está desenvolvendo uma sequência do RPG de ação "Control", lançado em 2019. Segundo o CEO da empresa, Tero Virtala, o novo game terá o maior orçamento com o qual o estúdio já trabalhou e ainda está em fase conceitual.
  • A Eletronic Arts anunciou que o game "Battlefield 2042" poderá ser jogado gratuitamente durante períodos de teste em todas as plataformas. O acesso ao jogo ficará liberado de 1º a 4 de dezembro para consoles Xbox, de 1º a 5 de dezembro para PCs (Steam) e de 16 a 23 de dezembro para consoles PlayStation.
  • O Timi Studios, estúdio chinês responsável por games como "Pokémon United" e "Call of Duty: Mobile", anunciou uma parceria com a Capcom para produzir um jogo para dispositivos móveis da franquia de RPG "Monster Hunter". No comunicado, a empresa afirma que o jogo já está em desenvolvimento, mas não dá previsão para o lançamento.

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games que serão lançados nos próximos dias e promoções que valem a pena

15.nov

"Floodland": preço não disponível (PC)

"Pentiment"*: R$ 99,95 (PC, Xbox One/X/S)

"Somerville"*: preço não disponível (PC, Xbox One/X/S)

"Ys VIII: Lacrimosa of Dana": preço não disponível (PS 5)

16.nov

"Call of Duty: Warzone 2.0": grátis (PC, Xbox One/X/S, PS 4/5)

17.nov

"Goat Simulator 3": R$ 139,50 (PS 5), R$ 161 (PC, Xbox X/S)

18.nov

"Marvel's Spider-Man: Miles Morales": R$ 199,99 (PC)

"Pid": R$ 106,28 (Switch)

"Pokémon Scarlet": R$ 299 (Switch)

"Pokémon Violet": R$ 299 (Switch)

"The Dark Pictures Anthology: The Devil in Me": R$ 174,90 (PC), R$ 199,50 (Xbox One/X/S, PS 4/5)

*Disponível no Xbox Game Pass


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