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Guilherme de Pádua era lagarta que virou borboleta, diz pastor de sua igreja

Ator teve um infarto na noite de domingo, dia 6, segundo informou o líder religioso Márcio Valadão

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São Paulo

O pastor Márcio Valadão, líder da Igreja Batista da Lagoinha, afirmou que Guilherme de Pádua, morto neste domingo, dia 6, era uma "lagarta que virou borboleta".

"É um moço que a sociedade não compreende, porque praticou aquele crime da Daniella Perez. Mas ele se converteu", disse o religioso, que integra a mesma congregação de que fazia parte o ex-ator, condenado pela morte de sua colega de elenco. "Ele, dentro de casa agora, caiu e morreu. Caiu e morreu", disse Valadão, durante transmissão ao vivo em suas redes sociais.

Guilherme de Pádua no final do julgamento do caso Daniella Perez, em 1997
Guilherme de Pádua no final do julgamento do caso Daniella Perez, em 1997 - Rosane Marinho/Folhapress

Guilherme de Pádua morreu após sofrer uma parada cardíaca, de acordo com o Valadão, que noticiou a morte durante uma live.

Localizada em Belo Horizonte, cidade natal de Pádua, a congregação foi quem acolheu o ex-ator após sua saída da prisão e o ordenou pastor em 2017. A morte foi confirmada pela assessoria de imprensa da Igreja Batista de Lagoinha.

A congregação divulgou uma nota de pesar sobre a morte dele, a quem se referiu como "voluntário nas mais diversas áreas, sempre lidando com os desprezados e marginalizados". "Milhares de pessoas privadas de liberdade foram, ao longo desses anos, cuidadas, ministradas no conhecimento da Bíblia e receberam apoio social, jurídico e psicológico do ministério, que também desenvolve dezenas de projetos de profissionalização e reintegração social", diz a nota.

Pádua ganhou projeção nacional na novela "De Corpo e Alma", exibida pela Globo na década de 1990. Nela, fazia par romântico com Daniella Perez, filha da autora, Gloria Perez. Em 28 de dezembro de 1992, no entanto, o corpo da mocinha do folhetim foi encontrado num matagal na Barra da Tijuca, com 18 perfurações, a maioria concentradas na região do coração.

O relato de uma testemunha levou a polícia a Pádua e à então mulher dele, Paula Thomaz. Cada um dos dois foi condenado por homicídio qualificado a uma pena de quase 20 anos de prisão, após o júri popular acatar a tese da acusação de que o casal premeditou o crime —Thomaz, por ciúmes do marido; Pádua, por vingança contra a autora da novela, já que seu papel na trama vinha sendo reduzido.

Os dois apresentaram, nos últimos anos, versões diferentes para o crime. Thomaz nega que tenha participado. Pádua, que, em depoimentos à polícia, assumira a culpa, depois passou a sustentar a tese de que a sua então mulher, tomada de ciúmes pela relação dos dois parceiros de cena, é quem teria se atracado com Daniella Perez no matagal.

O caso recentemente veio à tona por causa dos 30 anos da morte da atriz e da série documental "Pacto Brutal", da HBO Max, que se debruçou sobre o crime.

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