Igreja que Bolsonaro visitou em BH é a mesma onde Guilherme de Pádua é pastor

Assassino de Daniella Perez se ordenou na Igreja Batista da Lagoinha, onde o presidente esteve com a primeira-dama

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São Paulo

A Igreja Batista da Lagoinha, em Belo Horizonte, onde o presidente Jair Bolsonaro e a primeira-dama Michelle foram no último domingo (7) é a mesma que recebeu Guilherme de Pádua, condenado pelo assassinato da atriz Daniella Perez, após sua saída da prisão, em 1999, e onde se ordenou pastor há cinco anos. Foi também lá que de Pádua conheceu sua atual mulher, a maquiadora Juliana Lacerda.

O presidente Jair Bolsonaro e a primeira-dama Michelle durante culto na Igreja Batista de Lagoinha, em Belo Horizonte - Douglas Magno - 7.ago.22/AFP

A igreja com diversas regionais pelo Brasil e também nos Estados Unidos é liderada pelo pastor Márcio Valadão, de quem foi comemorado o jubileu no domingo passado, por seus 50 anos de ministério. Na ocasião, Michelle Bolsonaro discursou durante cinco minutos no culto transmitido ao vivo, depois de uma fala breve do mandatário, em busca de votos femininos.

"É um momento muito difícil, irmãos. Não tem sido fácil. É uma briga, uma guerra do bem contra o mal. Mas eu creio que nós vamos vencer, porque Jesus já venceu na cruz do calvário", declarou, repetindo frases que o presidente costuma dizer.

Guilherme de Pádua se tornou pastor da Igreja Batista da Lagoinha em 2017 na sua cidade natal, Belo Horizonte, e concedeu poucas entrevistas sobre o caso, mas seu nome sempre reaparece, como quando criou um canal no YouTube para falar de sua conversão religiosa. Numa de suas últimas aparições públicas, em 2020, foi às ruas num protesto pró-Bolsonaro.

Na ocasião, Michelle ainda fez uma fala repleta de referências religiosas e mencionou, mais de uma vez, o atentado a Bolsonaro em 2018, em Juiz de Fora (MG), repetido neste domingo: "É uma renúncia estar do outro lado. Pagamos um alto preço. E às vezes até com a vida, como tentaram tirar do meu marido em 2018", disse em Belo Horizonte.

Por volta das 9h, uma fila para entrar na igreja dava volta no quarteirão em que fica o templo. A igreja normalmente já fica cheia nos cultos de domingo. A celebração começou às 10h. A maioria dos fiéis não usava camisas amarelas nem com fotos do presidente.

Pela transmissão, não foi possível identificar se Guilherme de Pádua estava presente durante o culto. Mas Bolsonaro também recebeu uma bênção do pastor André Valadão, filho de Márcio, que nas redes sociais já comentou o acolhimento do assassino confesso de Daniella Perez.

"O Guilherme cumpriu a pena. Ele é uma bênção. Nenhum de nós somos os mesmos, constantemente somos transformados pela misericórdia de Jesus", escreveu em suas redes sociais em 2019.

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