Entenda como prisão de chefe da máfia pode levar a obra de Caravaggio perdida

Ministro da Cultura italiano acredita que líder da Cosa Nostra tenha informações do quadro, roubado de igreja de Palermo

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São Paulo

A prisão de Matteo Messina Denaro, chefe da máfia Cosa Nostra, pode ajudar a localizar uma pintura de Caravaggio que está desaparecida há quase 60 anos.

É o que diz o ministro da Cultura da Itália, Gennaro Sangiuliano, que nesta quarta-feira confirmou que a pasta está "muito empenhada" com o Núcleo de Tutela do Patrimônio dos Carabineiros para encontrar a peça "Natividade", e conta com Denaro para enfim pôr fim ao mistério. Atualmente, o quadro tem valor estimado em € 20 milhões, cerca de R$ 111 milhões.

pintura Natividade
A pintura 'Natividade', de Caravaggio - Divulgação

A tela está desaparecida desde 17 de outubro de 1969. Antes exposta na igreja San Lorenzo, em Palermo, ela foi roubada, e as autoridades acreditam que a máfia local possa estar envolvida no caso —desde o evento, vários criminosos relataram às autoridades que a Cosa Nostra estava por trás do desaparecimento.

Existe uma tese, alimentada pelo criminoso condenado Gaspare Spatuzza, de que o quadro acabou roído por ratos depois de ser depositado em um pasto de porcos, por sua vez localizado em um estábulo na cidade italiana de Santa Maria di Gesù.

A polícia, porém, diz ter reconstruído passos que identificam a pintura existindo entre os anos de 1969 e 1981 e estimam que a obra foi enterrada com cinco quilos de cocaína e milhões de dólares do traficante Gerlando Alberti.

A busca pela peça ganhou apoio do Vaticano em 2018, e um detetive holandês alegou ter informações de que ela estaria na Sicília, mas até hoje resultados concretos não foram alcançados.

A pergunta é se Denaro teria novos detalhes do caso a compartilhar, agora que está preso na mesma Sicília. Foragido há 30 anos, ele foi encontrado pelas forças policiais em uma clínica particular de Palermo e deve enfrentar a prisão perpétua à qual foi condenado em 1992.

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