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No BBB, Globo acerta ao reprimir machismo após errar com Karol Conká

Tadeu Schmidt faz bem ao quebrar protocolo e interromper o jogo para repudiar comportamento agressivo de Gabriel Tavares

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São Paulo

Tadeu Schmidt fez bem ao quebrar o protocolo do Big Brother Brasil na noite deste domingo. O apresentador deu uma pausa no jogo para se intrometer no relacionamento problemático da atriz Bruna Griphao com o modelo Gabriel Tavares, vindo da Casa de Vidro.

Gabriel Tavares e Bruna Griphao são participantes do BBB 23 - Fábio Rocha/Divulgação

Tavares disse que daria "umas cotoveladas" na boca de Griphao. Em outro momento, puxou o ombro da atriz com força para sobrepor sua voz à dela. "Numa relação afetiva, certas coisas não podem ser ditas nem de brincadeira", disse Schmidt ao vivo, depois de listar frases que mostram o comportamento agressivo do modelo.

Foi uma decisão louvável da equipe do BBB 23. Afinal, se não fosse reprimido ainda no começo do jogo, Tavares poderia descer ainda mais o nível das suas falas e até agredir a parceira. Não seria a primeira vez que um machista iria longe no programa.

Em 2017, o médico Marcos Harter foi expulso na reta final do jogo depois de agredir Emilly Araújo, a vencedora daquela edição. Durante uma discussão, Harter empurrou a garota contra a parede, apertou seus braços e berrou com o dedo em riste. Araújo reclamou de dor no pulso e de ter sido beliscada por ele.

O relacionamento dos dois era descabido, e Harter já tinha sido feroz em outras situações. Mesmo assim, foi preciso que Araújo dissesse em voz alta que tinha sido machucada para a Globo ter coragem de expulsar o jogador do reality.

Araújo chorou por causa da saída do médico. Agora, seis anos depois, ela elogia a emissora. "Parabéns, Globo, por fazer o que deveria ter feito em 2017. Assim, a Bruna não precisa passar por mais de quatro anos de terapia para tentar superar agressões psicológicas e físicas como eu", publicou no Twitter.

As reações nas redes sociais foram mistas. "É inadmissível a forma que o Gabriel age com a Bruna", publicou a cantora Lexa, mulher de MC Guimê, um dos participantes do BBB 23. "Desnecessário para o jogo. Agressão gera expulsão, então deixa acontecer, simples", escreveu um anônimo no Twitter.

Fato é que não dá para normalizar comportamentos nocivos como o de Tavares. Agressores em potencial, dentro e fora do BBB, devem ser reprimidos e punidos. A intromissão de Schmidt é a forma de a Globo não exibir maus exemplos em seu programa de maior audiência.

Aliás, a emissora parece mesmo estar atenta a erros do passado. Esse tipo de interferência deveria ter acontecido também para frear Karol Conká no BBB 21.

Acusada de violência psicológica, a rapper foi eliminada com 99,17% dos votos, um recorde de rejeição, perdeu 400 mil seguidores no Instagram e viu contratos com festivais internacionais serem encerrados. Conká disse que ficou meses sem sair de casa depois do programa. É, até hoje, uma das maiores vítimas das consequências de um cancelamento no Brasil.

Os erros de Conká viraram tema de um documentário lançado pelo Globoplay antes mesmo de o BBB terminar. Talvez por causa disso a Globo não quisesse limpar a barra da cantora –quanto mais vilanesca ela parecesse para o público, melhor para a narrativa do filme. Conká foi torturada pela emissora também.

Griphao afirmou que vai se afastar de Tavares depois de suas amigas dizerem que o público deve estar pedindo a expulsão do modelo. Ele provavelmente seria mesmo eliminado neste paredão, mas conseguiu escapar da berlinda, para a tristeza de parte do público. Ainda será necessário assistir às intragáveis falas do participante por algum tempo.

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