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No BBB 23, militância em exagero só vai arruinar quem esquece de jogar

Lacradas do médico Fred Nicácio não foram bem vistas pelos juízes do cancelamento que se espalham pelas redes sociais

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São Paulo

Fred Nicácio já é um dos jogadores menos populares da nova edição do Big Brother Brasil. A julgar pelos dois primeiros dias de programa, as lacradas do apresentador do reality Queer Eye Brasil não foram bem vistas pelas centenas de juízes do cancelamento que se espalham pela internet.

Nicácio, que é médico, incomodou grande parte do público depois de um comentário ácido sobre os profissionais de enfermagem. Durante uma conversa com outros jogadores, o participante lembrou uma rusga que teve com uma enfermeira no passado, caso em que ele diz ter enxergado racismo.

O médico e apresentador Fred Nicácio - Fabio Rocha/Divulgação

Ele contou aos colegas de confinamento que um dia viu um paciente sendo entubado e uma enfermeira branca respondeu que aquilo era "só para médicos". "Sete anos depois voltei e ela era minha enfermeira. É, tô aqui, doutor Fred Nicácio, e aí? Agora eu vou entubar e você vai me ajudar. Porque a gente trata racista assim, expondo", afirmou.

O comentário não foi bem recebido nas redes sociais. "O médico Fred Nicácio que deveria lutar por pautas raciais deu exemplo de preconceito com a classe da enfermagem nesta declaração horrível", publicou uma pessoa no Twitter. Conselhos de enfermagem também repudiaram a declaração.

Há até quem diga que a história contada por ele parece mentira. "Esse Fred Nicácio inventou uma fanfic sobre a enfermeira e acreditou", escreveu um anônimo. É prova que militância em exagero tem irritado os fãs do programa.

Na casa do BBB, o enfermeiro Cezar Black chorou por causa do comentário. "Para gente, isso é ofensivo. Depois que o médico tirou você da barriga da mãe, a gente cuida, limpa e pesa. Se você morrer, quem prepara o corpo é a enfermagem. Nossa classe é foda, nossa classe trabalha mais do que todas as outras", disse ele, às lagrimas.

Não faltam críticas à conduta de Nicácio, que vem sendo chamado pelos fãs do programa de arrogante e prepotente. Em entrevista por email para este jornal, dada enquanto ele ainda estava confinado para o reality, o apresentador afirmou que o BBB 23 seria bom por causa da presença dele.

"Essa edição precisa de mim para ser melhor do que todas, porque isso nunca teve. Vou ser eu mesmo, ao extremo, fiel a mim mesmo e ao meu grande desafio", disse.

A verdade é que quem assiste o reality da Globo só quer se alienar, como diz a piada compartilhada à exaustão nas redes sociais. Depois de edições carregadas de militância e discussões sobre pautas sociais, como foi nas edições 20 e 21 do BBB, era de se esperar que o tema cansasse o público.

"Como vocês forçam a militância no BBB, chatos pra caralho", publicou uma pessoa no Twitter. "Não quero militância nesse BBB! Quero preconceito, machismo, homofobia e tudo mais", escreveu outro.

Não é bem por aí. Casos de preconceito devem ser repudiados pelo público e pela produção do programa e os praticantes precisam ser punidos, se necessário, é claro.

A questão é que, depois de meses tão exaustivos para os brasileiros, o BBB surge como uma paixão nacional repleta de futilidade e entretenimento de qualidade duvidosa. É o que muitos precisam agora. Menos militância e mais fogo no parquinho.

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