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Guilherme Luis

Como Gabriel Tavares ruiu no BBB 23 com machismo, racismo e gordofobia

Equipe do reality fez bem ao repreender atitudes agressivas do modelo, que foi eliminado pelo público no último paredão

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São Paulo

Não é difícil entender por que Gabriel Tavares foi eliminado do Big Brother Brasil. O modelo, que saiu do programa nesta terça-feira com rejeição de 53,3%, virou um macho tóxico após ser misógino com Bruna Griphao e fazer comentários racistas e gordofóbicos sobre Bruno Nogueira. O público não perdoou.

"Passa a mão no cabelo do Bruno. É duro. Parece o carpete da grama", disse Gabriel, rindo, ao parceiro de confinamento. Quando Bruno se maquiava para uma festa, vestido de rosa, ouviu Gabriel perguntando se ele era a "Penélope Gordosa", uma referência à personagem de desenho animado Penélope Charmosa.

Gabriel Tavares, ex-participante do BBB 23 - Fabio Rocha/Divulgação

Gabriel voltou a ser preconceituoso quando disse que Bruno parecia o Garfield de tão gordo. Pessoas nas redes sociais organizaram mutirões de votos para tirá-lo do reality. "É inadmissível aceitar as situações de gordofobia e racismo que estamos presenciando em rede nacional como uma piada", publicou a equipe de Bruno no Twitter.

Antes disso, Gabriel causou polêmica ao dizer que daria "umas cotoveladas" na boca de Griphao, que na época estava começando um relacionamento com o modelo. Em outra ocasião, ele puxou o ombro da atriz com força para sobrepor sua voz à dela.

"Numa relação afetiva, certas coisas não podem ser ditas nem de brincadeira", disse Tadeu Schmidt num episódio ao vivo, depois de listar frases que mostram o comportamento agressivo do modelo.

Dar uma bronca no participante foi uma decisão louvável da equipe do BBB 23. Afinal, se não fosse reprimido ainda no começo do jogo, Gabriel poderia descer ainda mais o nível das suas falas e até agredir a parceira.

O apresentador não escondeu os motivos que levaram à eliminação de Gabriel. No seu discurso, afirmou que relacionamentos tóxicos não podem ser normalizados. "A agressividade e grosseria são tratadas como algo natural. Isso não é do jogo e tem que deixar de fazer parte da nossa vida", disse.

Nem sempre o público do reality entendeu a gravidade desse tipo de problema. Paula Sperling, por exemplo, venceu o BBB 19 mesmo acusada de racismo. No ano passado, Arthur Aguiar virou queridinho do público e levou o prêmio depois de trair a ex-esposa Maíra Cardi com várias outras mulheres.

A equipe do BBB parece também ter amadurecido nesse sentido. Em 2017, o médico Marcos Harter foi expulso só nos últimos dias do jogo depois de agredir Emilly Araújo, a vencedora daquela edição.

O relacionamento dos dois era descabido, como o de Bruna e Gabriel, mas foi preciso que Araújo dissesse em voz alta que tinha sido machucada para a Globo ter coragem de expulsar o machista do reality.

O BBB só tem a ganhar com a saída de Gabriel. O reality da Globo é, afinal, uma vitrine dos problemas que existem na sociedade. Eliminar um homem machista, racista e gordofóbico manda um recado importante aos espectadores. Como disse Schmidt, é imprescindível que se meta a colher em briga de marido e mulher.

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