Flórida reassumirá controle de região que pertence à Disney desde 1960

A empresa, que emprega mais de 75 mil pessoas no estado, administra como uma prefeitura o distrito onde está instalada

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AFP

O governo da Flórida vai retomar o controle administrativo e fiscal do território no qual o parque de diversões Disney World, em Orlando, está instalado e onde a gigante do entretenimento atuava como um governo local.

"Hoje o reino corporativo finalmente chega ao fim", declarou o governador Ron DeSantis ao assinar uma lei aprovada há duas semanas pelo Legislativo local que devolve ao estado o controle da região.

Parque da Disney em Orlando, na Flórida - Bryan R. Smith/AFP

"Esta legislação acaba com o status de autogoverno da Disney, faz com que a empresa viva sob as mesmas leis que todos os demais e garante que ela pague suas dívidas e sua parte justa de impostos", acrescentou.

O político republicano e a empresa se desentenderam no ano passado quando a Disney criticou uma lei promovida por DeSantis que proíbe abordar questões relacionadas à orientação sexual e identidade de gênero nas escolas primárias da Flórida sem o consentimento dos pais.

Como represália por essas críticas, o governador assinou em abril uma lei para eliminar o distrito especial da Disney, que inclui seu parque temático de Orlando, antes de junho de 2023.

A empresa, que emprega mais de 75 mil pessoas na Flórida, administra esse distrito de 100 km² como uma prefeitura local desde a década de 1960. Cobra impostos e garante serviços públicos essenciais, como coleta de lixo e tratamento de água.

A nova lei, que entra em vigor de imediato, não anula esse distrito especial, mas substitui sua liderança. Desde já, o governo designará cinco membros para a junta de supervisores, que deverão ser aprovados pelo Senado estadual.

A iniciativa contra a Disney se insere na batalha cultural travada nos últimos meses por DeSantis, 44 , visto como um provável candidato à Casa Branca em 2024.

Por meses, os republicanos, liderados pelo governador da Flórida, atacaram veículos de imprensa, empresas e políticos democratas a quem acusam de querer impor sua ideologia progressista aos demais.

Especialistas dizem, porém, que os gastos da manutenção do distrito recairão sobre outros condados, já que a Disney não vai arcar mais com custos como fornecimento de água e energia.

Temores semelhantes cercam o destino da dívida municipal do distrito, que é de quase US$ 1 bilhão (R$ 5 bilhões). O temor é que essa dívida seja transferida para condados vizinhos, uma vez que o distrito não será mais administrado pela Disney.

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