Velório de Glória Maria no Rio reúne Maju Coutinho, Poliana Abritta e globais

Além das filhas, Laura e Maria, familiares, amigos e jornalistas, como Pedro Bial, compareceram ao velório restrito

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Rio de Janeiro

O corpo da jornalista Glória Maria, morta nesta quinta-feira, em decorrência de um câncer, foi velado nesta sexta-feira no Cemitério da Penitência, no Caju, na zona portuária do Rio.

A segurança foi reforçada com uma viatura da Polícia Militar. Além disso, seguranças do próprio cemitério impediram a entrada de pessoas não autorizadas. O velório foi restrito a parente e amigos.

A jornalista Glória Maria - Estevam Avellar/Globo

Vestidas de branco, Laura e Maria, as filhas da jornalista, estavam acompanhadas no velório pelo padrinho, o jornalista Bruno Astuto. A atriz Marina Ruy Barbosa também esteve no velório, bem como a socialite Narcisa Tamborindeguy e Roberto Marinho Neto, herdeiro da Globo.

"Eu amo a Glória. Vou amar para sempre. Uma mulher incrível. Pioneira no jornalismo. Melhor amiga. Maravilhosa. Mãe da Laura e da Maria. Minha amiga de todas as viagens, de todas as horas e todos os momentos. Sempre para cima, uma gloriosa mulher no meu coração", disse Narcisa quando chegou ao velório.

Emocionada, a jornalista Leilane Neubarth, da GloboNews, chegou ao velório por volta das 11h, segurando um girassol. Ela preferiu não falar com a imprensa. Já a ex-modelo Luiza Brunet chegou por volta das 11h15 ao velório, seguida do casal de atores Klebber Toledo e Camila Queiroz e da jornalista e apresentadora do Fantástico Maju Coutinho. O apresentador Pedro Bial chegou ao velório às 12h.

Maju disse que Glória abriu o caminho do jornalismo televisivo para pessoas negras. "Se estou aqui, tem Glória nesse caminho. Eu agradeço a existência dela. Eu venho aqui com um lamento, mas como uma celebração pela existência dela. Quero celebrar essa mulher que rompeu barreiras e autorizou que pessoas como eu estivessem onde estão. Somos frutos e herdeiros da Glória."

Ao sair do velório, a jornalista Poliana Abritta, da TV Globo, falou brevemente com a imprensa. "Glória é uma amiga linda, amorosa, querida, que vai estar sempre com a gente e que merece todas as homenagens. A maior delas é mantê-la viva com aquele sorriso e com aquele coração generoso," disse ela, acrescentando que o legado de Glória continuará presente no jornalismo.

Amiga de Glória, a estilista Lenny Niemeyer disse que a jornalista tinha uma alegria contagiante. "A gente viajava juntas e ela estava sempre cantando, dançando. No trabalho, ela queria entrar na alma das pessoas. Ela dividia com todo mundo as experiências dela", disse Lenny ao sair do velório. "Ela puxava a gente para coisas novas, coisas que a gente nem imaginava fazer. Ela era muito especial."

Após a cerimônia, o corpo da jornalista foi cremado no local.

O governo do Rio de Janeiro, estado onde Glória nasceu, decretou luto oficial pela morte da jornalista.

"Glória Maria era um nome forte do jornalismo brasileiro. Uma profissional que foi sinônimo de competência, talento e dedicação em tudo o que fez. Mas também não podemos deixar de exaltar a mulher Glória", escreveu mas redes sociais o governador Cláudio Castro (PL).

"Ela foi uma excelente repórter que deixa um grande legado para o Brasil. Foi uma grande profissional que abriu muitas portas. Vai deixar muita saudade", diz Carlos Henrique do Nascimento, 54, enquanto segura um cartaz em homenagem a jornalista em frente ao cemitério onde se lê "descanse em paz, Glória Maria".

Carlos Henrique do Nascimento, 54, fã da jornalista Glória Maria, levou cartaz em homenagem à repórter em frente ao Cemitério da Penitência, no Caju
Carlos Henrique do Nascimento, 54, fã da jornalista Glória Maria, levou cartaz em homenagem à repórter em frente ao Cemitério da Penitência, no bairro do Caju, no Rio de Janeiro - Matheus Rocha/Folhapress

Ao longo de mais de cinco décadas de carreira, Glória se notabilizou por ter sido pioneira em diversos momentos. Foi a primeira repórter a aparecer ao vivo e a cores na TV brasileira, ainda na década de 1970, e a primeira a participar de uma transmissão em HD, em 2007.

Foi ainda a primeira a usar a Lei Afonso Arinos, contra a discriminação racial. Ela precisou acionar a Justiça porque foi barrada em um hotel por ser negra.

A luta contra o racismo se tornou parte de sua biografia. Repórter negra em uma época de pouca diversidade na televisão, ela chegou a sofrer racismo até do presidente da República, quando o general Figueiredo disse que não queria perto dele a "neguinha da Globo."

Apesar de tudo isso, Glória sempre se manteve firme em seu propósito de levar informação aos brasileiros. Ela é considerada uma das responsáveis por revolucionar o jornalismo ao se colocar como personagem de suas reportagens. Isso em um período em que repórteres buscavam não se envolver com as histórias que contavam.

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