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'Horizon Call of the Mountain' não se arrisca, mas demonstra o PS VR2

Título não desenvolve a história da série, mas funciona como introdução ao aparelho de realidade virtual da Sony

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Horizon Call of the Mountain

  • Quando Lançamento nesta quarta (22)
  • Onde PlayStation 5 (exclusivo para o PlayStation VR2)
  • Preço R$ 299,90
  • Classificação 14 anos
  • Produção Guerrilla Games e Firesprite
  • Acessibilidade

Para um título que incentiva o jogador a pular de penhascos virtuais e enfrentar dinossauros-robôs gigantes só com um arco e flechas, "Horizon Call of the Mountain" assume poucos riscos. Ainda assim, com gráficos deslumbrantes e jogabilidade precisa, o game impressiona e cumpre o objetivo de mostrar do que o PlayStation VR2 é capaz.

Imagem do jogo 'Horizon Call of the Mountain', para PlayStation VR2
Imagem do jogo 'Horizon Call of the Mountain', para PlayStation VR2 - Reprodução

Carro-chefe do catálogo de lançamento do novo aparelho de realidade virtual da Sony, o jogo desenvolvido pela Guerrilla Games, criadora da série "Horizon", em parceria com o Firesprite, estúdio especialista em títulos de realidade virtual, é um derivado das aventuras da heroína Aloy, protagonista de "Horizon Zero Dawn" e "Horizon Forbidden West".

Nele, o jogador assume o papel de Ryas, um alpinista que lutou ao lado dos Carja da Sombra, espécie de tribo vilã no mundo de "Horizon", preso pelas forças do bondoso rei Avad. Em uma campanha que dura de quatro a cinco horas, o protagonista precisa se redimir de erros do passado e reencontrar seu irmão enquanto ajuda os aliados de Aloy a impedirem um ataque à cidade Meridiana, capital do reino dos Carja.

Situada no mesmo período dos acontecimentos de "Zero Dawn", a saga de Ryas agrega pouco à narrativa da série como um todo —diferentemente de "Half Life Alyx", por exemplo. Isso, somado ao enredo linear, sem surpresas e reviravoltas como as que marcam os primeiros jogos da franquia, tornam "Call of the Mountain" um capítulo dispensável para fãs interessados apenas na história de "Horizon".

Ainda assim, o game tem o mérito de aproveitar bem os recursos do PlayStation VR2 para criar uma experiência imersiva impressionante, com atividades distintas que podem agradar tanto a novatos quanto a veteranos em jogos de realidade virtual.

O "gameplay" se divide em dois momentos bem definidos. O primeiro mistura sequência de exploração e escalada, em que o jogador precisa encontrar recursos para fabricar flechas especiais e melhorar sua armadura enquanto sobe uma montanha. O caminho é quase linear, apenas com pequenos desvios e algumas áreas secretas, e salpicado de quebra-cabeças e atividades opcionais.

Esses trechos mais calmos servem para demonstrar toda a capacidade gráfica do PlayStation VR2. Os cenários do mundo pós-apocalíptico de "Horizon" são deslumbrantes, atingindo um novo patamar de excelência para títulos de realidade virtual.

As seções de escalada funcionam também como momentos de contemplação —principalmente para aqueles que não têm medo de altura. Depois de algum tempo, no entanto, elas perdem a sensação de desafio e acabam se tornando apenas tarefas monótonas para se deslocar de um lugar a outro.

As atividades opcionais encontradas pelo caminho também são oportunidades para o game demonstrar os controles por movimento do PlayStation VR2. A física dos objetos, porém, parece um pouco desregulada, e minigames que precisam de movimentos precisos, como um de empilhar pedras até determinada altura, podem ser um pouco frustrantes.

De forma geral, porém, os controles funcionam bem e as atividades preparam o jogador para o ponto alto do game, as batalhas contra os dinossauros-robôs.

Nesses trechos, o jogador tem seu movimento limitado à uma área pré-definida enquanto os inimigos aparecem em diversas posições. Ao mesmo tempo em que tenta desviar dos ataques e se esconder atrás de barreiras, o jogador precisa bolar estratégias para contra-atacar, aproveitando armadilhas e barris explosivos espalhados pela arena.

São momentos de ação intensa, em que a habilidade do jogador com o arco e flecha e sua capacidade de planejamento em tempo real serão verdadeiramente testadas.

Nada disso, porém, representa algo novo no mundo dos jogos de realidade virtual. O maior mérito de "Call of the Mountain" é agregar uma coleção de atividades que funcionam razoavelmente bem para mostrar o alcance do periférico da Sony.

Uma das principais novidades do aparelho, o sistema de rastreamento ocular faz uma estreia humilde, sendo utilizado principalmente nos menus do jogo, que podem ser selecionados apenas com o olhar. Nas opções de acessibilidade existe a possibilidade de ativar o sistema para auxiliar a mira do arco e flecha. Nos testes realizados, porém, a diferença foi imperceptível.

O título, por sinal, conta com vários ajustes de acessibilidade para adaptar o game a diversos níveis de tolerância a experiências em realidade virtual. Para jogadores novatos, a recomendação é começar com a opção de maior conforto para evitar enjoo e desequilíbrio. Conforme o usuário se sentir mais adaptado à tecnologia, pode retirar aos poucos as restrições e aumentar a sensação de imersão.

A Sony cedeu antecipadamente uma cópia do jogo e um aparelho PlayStation VR2 para a realização deste texto.

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