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'Horizon Forbidden West' supera antecessor, mas não vai muito além

Sequência de 'Zero Dawn', lançado em 2017, chega ao PlayStation com melhorias bem-vindas à fórmula de sucesso

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Horizon Forbidden West

  • Onde PlayStation 4 e PlayStation 5
  • Preço R$ 299,90
  • Classificação 14 anos
  • Produção Guerrilla Games
  • Distribuição Sony

Para o bem e para o mal, "Horizon Forbidden West" é mais do mesmo. O jogo pode ser considerado uma versão maior e melhor de seu antecessor, "Horizon Zero Dawn", lançado em 2017 pela Guerrilla Games —o que já é um grande feito—, mas não vai muito além disso.

O título que chega aos consoles PlayStation 4 e 5 nesta sexta-feira conta com enredo e personagens mais interessantes, gráficos mais bonitos e resolve alguns dos principais problemas do original.

Mas, ironicamente, sendo um jogo de exploração em mundo aberto, não se arrisca a levar a série para caminhos desconhecidos, retomando os mesmos temas explorados no primeiro jogo, com pequenas e bem-vindas mudanças nas mecânicas de combate e movimentação.

A história de "Forbidden West" começa meses após os acontecimentos de "Zero Dawn". A protagonista Aloy —guerreira e exploradora de ruínas que vive em uma versão pós-apocalíptica dos Estados Unidos— está à procura de Gaia, uma inteligência artificial que pode salvar a Terra de um apocalipse ambiental.

Ao longo da aventura para salvar o mundo, Aloy reencontra antigos amigos e faz novos aliados que a ajudarão em sua tarefa em meio a batalhas contra tribos rebeldes, inteligências artificiais maléficas e dinossauros-robôs.


Apesar de ter um quê de ficção científica lado B, a história é bem construída, com reviravoltas surpreendentes e emocionantes. Mesmo as missões secundárias são bem trabalhadas, com enredos criativos que aprofundam o entendimento do mundo.

Pena que algumas animações ainda pareçam pouco naturais e prejudiquem a emoção. Em situações de diálogo com mais de um personagem na tela, por exemplo, não é raro ver um deles olhando em direção ao nada ou com movimentos semelhantes aos de um boneco de marionete.

Quanto à jogabilidade, as melhores adições são relacionadas a novas formas para explorar o oeste proibido. Aloy agora pode mergulhar em cavernas subaquáticas, planar com uma espécie de paraquedas eletrônico e utilizar um gancho para alcançar lugares mais altos ou puxar objetos, dando uma densidade muito maior aos cenários.

Essas novas mecânicas, associadas à reformulação do criticado sistema de escalada, aumentam a liberdade para explorar um mapa mais amplo e diversificado do que o do original, com lindas versões de biomas como desertos, pântanos, montanhas nevadas, florestas e praias.

A mecânica de combate é similar à do jogo anterior, mas com boas adições. O sistema de combate corpo a corpo está mais robusto, com diferentes opções de combos.

Para aqueles que preferem uma abordagem mais estratégica também há melhorias, como um sistema de foco reformulado, em que é possível identificar e marcar peças específicas das máquinas para serem atingidas.

Mudanças menos significativas, como a necessária reformulação do layout de menus e inventários, também impactam a experiência e ajudam a otimizar seu tempo. A possibilidade de se teletransportar de um ponto de salvamento a outro sem custos é outro grande avanço em comparação com o primeiro jogo, em que era necessário fabricar ou comprar "pacotes de viagem" para isso.

Outra alteração sutil é a possibilidade de deixar seis armas em acesso rápido em vez de quatro, aumentando as alternativas durante os combates. Também foram ampliadas a árvore de habilidades, passando de quatro para seis "ramos" de melhorias, e o número de tipos de robôs diferentes, de 23 no jogo original (sem contar variações) para 43.

"Forbidden West" também disponibiliza várias opções para o jogador modelar a experiência às suas preferências. Sem nenhuma dificuldade, é possível alterar, por exemplo, o idioma do texto e dos diálogos —a tradução para o português brasileiro, por sinal, está bem satisfatória— e a dificuldade do jogo.

Testando o título em um PlayStation 5 por cerca de 30 horas, experimentei alguns raros bugs, como objetos necessários para cumprir uma missão que ficaram fora de alcance e demora para carregamento de texturas (apesar de a situação ter melhorado após a atualização do dia de lançamento). Além disso, tive de reiniciar o jogo em ao menos três oportunidades devido a travamentos. Mesmo assim, os problemas não chegaram a impactar de forma grave a experiência.

Apesar de não inovar na fórmula de jogos de mundo aberto, "Horizon Forbidden West" ainda é uma grande adição à série e, assim como agradará aos fãs do primeiro título, também servirá como uma boa porta de entrada para a saga de Aloy.


Cinco dicas para jogar 'Horizon Forbidden West'

Cuidado com spoilers de 'Zero Dawn'
O segundo jogo da série começa meses depois dos acontecimentos do primeiro, e, logo no início, há uma introdução que resume boa parte da história até aquele ponto. Então, se você ainda pensa em jogar o primeiro jogo e não quer spoilers, melhor esperar um pouco para comprar o novo título.

No início, privilegie a história principal
Muitas das atividades e missões opcionais só ficam disponíveis depois de avançar na história. Sem dar muitos spoilers, o momento em que você estabelece uma base é um bom ponto para começar a explorar o mapa mais livremente. A partir daí, jogue com calma e aproveite as diferentes atividades disponíveis no oeste proibido.

Cace animaizinhos inofensivos
Esta é uma das partes mais cruéis do jogo. Há vários animaizinhos inofensivos espalhados pelo game –esquilos, coelhos, pássaros, porquinhos etc. Você precisará matar todos eles e pegar os itens que soltam para melhorar a sua capacidade de carregar munições, poções e outras coisas. Então, fique de olho neles.

Empacou? Volte mais tarde
Ao longo da aventura você encontrará adversários mais fortes do que você consegue enfrentar ou lugares inacessíveis em um primeiro momento. Não adianta ficar batendo a cabeça na parede, busque outras rotas, progrida na história, destrave novas habilidades e volte mais tarde.

Use diferentes estratégias
Pôr armadilhas vai ajudar, mas, invariavelmente, você vai se ver em situações em que precisará enfrentar inimigos de peito aberto. Use a nova função do foco de Aloy para destacar os pontos fracos das máquinas, role para fugir dos ataques delas e teste diferentes armas para vencer.

O jogo foi cedido pela Sony para a realização desta crítica.

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