Descrição de chapéu Obituário Carlos Saura (1932 - 2023)

Morre Carlos Saura, cineasta espanhol de 'Cria Corvos' e 'Tango', aos 91 anos

Diretor e roteirista era versátil e esteve por trás de musicais e dramas que investigavam a natureza humana

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São Paulo

O cineasta espanhol Carlos Saura morreu nesta sexta-feira (10) aos 91 anos em Madri. Saura é considerado um dos diretores clássicos da Espanha e foi uma referência para o cinema de autor europeu. Em 1960, ganhou visibilidade ao criticar o regime de Francisco Franco, líder fascista espanhol. O artista receberia um prêmio Goya, o maior do cinema espanhol, neste sábado.

Saura morreu por problemas respiratórios. Ano passado, o artista teve um AVC e, em outro momento, caiu enquanto passeava com seus cachorros, duas situações que colaboraram para a piora do seu estado de saúde.

Cineasta Carlos Saura - AFP

"Saura, um dos cineastas fundamentais da história do cinema espanhol, morreu hoje em sua casa aos 91 anos, rodeado de seus entes queridos", publicou a Academia de Cinema da Espanha no Twitter.

Em outra publicação, a Academia disse que seu último filme, "Las Paredes Hablan" (As Paredes Falam), lançado na última sexta-feira, mostra sua atividade incansável e seu amor pelo ofício até o último momento.

Saura ficou conhecido por filmes que exploram a natureza e o drama humano. "Cria Corvos", de 1976, seu filme mais emblemático, conta a história de uma mulher que acredita que causou a morte inesperada do pai, um militar franquista, através de um poder misterioso.

Em "A Caça", de 1966, veteranos da Guerra Civil Espanhola revisitam os campos onde combateram enquanto saem para caçar coelhos junto a um jovem. A violência do passado retorna ao presente, para o temor dos coelhos e do jovem. Saura também amava os musicais e dirigiu filmes como "Bodas de Sangue" (1981) "El Rey de Todo el Mundo" (2021), passeando por diferentes ritmos latinos.

Ao todo, o diretor dirigiu mais de 40 longas-metragens ao longo de uma carreira de 60 anos. Ao ser informado que receberia o Goya de Honra 2023 —"por sua extensa e muito pessoal contribuição criativa para a história do cinema espanhol desde o fim dos anos 1950 até hoje", nas palavras do presidente da Academia—, o cineasta demostrou gratidão pelo ofício.

"Tive sorte na vida fazendo aquilo que mais me atraía: dirigi cinema, teatro, ópera e desenhei e pintei a minha vida toda". Em entrevista ao jornal El País em 2020, Saura definiu seu talento. "A imaginação. Tenho utilizado a imaginação para contar histórias de que eu gosto e acredito que os outros vão gostar".

Erramos: o texto foi alterado

O filme "Cria Corvos" é de 1976 e não de 1966. O texto foi corrigido.

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