Descrição de chapéu Artes Cênicas

Prêmio Shell de Teatro anuncia indicados de edição pós-pandemia; veja lista

Com 'Ficções' e 'Sem Palavras' na liderança, categorias contam pela primeira vez com artistas trans e incluem peças de 2020

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São Paulo

O Prêmio Shell de Teatro anunciou nesta quinta-feira (2) os indicados à 33ª edição. A premiação é a primeira do evento desde o início da pandemia, e este ano alterou as regras para refletir as interrupções do período.

Cena do espetáculo 'Sem Palavras', que mistura teatro, dança, música e performance
Cena do espetáculo 'Sem Palavras', indicado a cinco categorias do Prêmio Shell de Teatro - Nana Moraes/Divulgação

A presença de artistas trans nas categorias de atuação também se destacam na lista. Nomes como Vitória Jovem Xtravaganza, Verônica Valenttino e o Coletivo de Artistas Transmasculines, o CATS, foram lembrados pelo júri. De acordo com a organização, são os primeiros artistas trans a serem indicados ao prêmio.

O regulamento contempla espetáculos que fizeram temporada no Rio de Janeiro e em São Paulo fora da pandemia, entre os dias 1° de janeiro e 31 de março de 2020 e entre 1° de abril e 31 de dezembro de 2022.

Outra mudança deste ano é que a categoria Inovação foi rebatizada de "Energia que vem da gente", em referência ao slogan da Shell no Brasil. As duas categorias estão previstas para reconhecer a criatividade dos artistas e o impacto social positivo de ações no meio e na sociedade brasileira, incluindo aquelas dedicadas para arrecadar alimentos e envolvidas na luta para aprovar as leis Aldir Blanc e Paulo Gustavo.

Os júris são formados por Leandro Santanna, Ana Luisa Lima, Biza Vianna, Patrick Pessoa e Paulo Mattos no Rio de Janeiro, e por Evaristo Martins de Azevedo, Ferdinando Martins, Luiz Amorim, Maria Luisa Barsanelli e Luh Maza em São Paulo.

Já as homenageadas desta edição do Prêmio Shell são duas, Léa Garcia e Teuda Bara. Enquanto Garcia celebra 90 anos em 2023 com participações em montagens clássicas como a original de "Orfeu da Conceição" e "Anjo Negro", Bara é ícone do teatro mineiro, sendo fundadora do Grupo Galpão, que festejou quarenta anos no ano passado.

Entre os indicados, as peças "Sem Palavras" e "Ficções", que passaram pelo Rio de Janeiro, acumulam o maior número de nomeações, com cinco cada. Entre os indicados de dramaturgia de São Paulo, a produção "Cárcere ou Porque as Mulheres Viram Búfalos" lidera com três.

A cerimônia de entrega dos prêmios acontece em 21 de março, no Rio de Janeiro.

Confira, abaixo, a lista completa de indicados.

Seleção Júri Rio de Janeiro

Dramaturgia

  • Henrique Fontes e Vinicius Arneiro por "Peça de Amar"
  • Gilson Barros por "Riobaldo"
  • Cecilia Ripoll por "Pança"
  • Elisandro de Aquino por "Eu Amarelo"
  • Rodrigo Portella por "Ficções"
  • Marcio Abreu e Nadja Naira por "Sem Palavras"

Direção

  • Renata Tavares por "Nem Todo Filho Vinga"
  • Enrique Diaz e Marcio Abreu por "O Espectador"
  • Rodrigo Portella por "Ficções"
  • Paulo de Moraes por "Neva"
  • Marcio Abreu por "Sem Palavras"
  • André Paes Leme por "A Hora da Estrela ou O Canto da Macabéa"

Ator

  • Reinaldo Junior por "O Grande Dia"
  • Milton Filho por "Joãosinho e Laíla: Ratos e Urubus, Larguem Minha Fantasia"
  • Cridemar Aquino por "Joãosinho e Laíla: Ratos e Urubus, Larguem Minha Fantasia"
  • Gilson Barros por "Riobaldo"
  • Fábio Osório Monteiro por "Sem Palavras"
  • Mario Borges por "A Última Ata"

Atriz

  • Ana Carbatti por "Ninguém Sabe Meu Nome"
  • Vera Holtz por "Ficções"
  • Vilma Melo por "Mãe de Santo"
  • Andrea Beltrão por "O Espectador"
  • Vitória Jovem Xtravaganza por "Sem Palavras"
  • Vini Ventania Xtravaganza por "Sem Palavras"

Cenário

  • J.C. Serroni por "Morte e Vida Severina"
  • André Curti e Artur Luanda Ribeiro por "Enquanto Você Voava, Eu Criava Raízes"
  • João Marcelino por "Candeia"
  • Bia Junqueira por "Ficções"
  • Cachalote Mattos por "Turmalina 18 - 50"
  • Erick Saboia e Marcio Meireles por "Do Outro Lado do Mar"

Figurino

  • Wanderley Gomes por "Vozes Negras: A Força do Canto Feminino"
  • João Pimenta por "Ficções"
  • Ticiana Passos por "Enquanto Você Voava, Eu Criava Raízes"
  • Julia Vicente e Gabriel Vieira por "Peça de Amar"
  • Marie Salles por "O Espectador"

Iluminação

  • Cesar de Ramires por "Morte e Vida Severina"
  • Artur Luanda Ribeiro por "Enquanto Você Voava, Eu Criava Raízes"
  • Gabriel Fontes Paiva e André Prado por "Um Precipício no Mar"
  • Alexandre Gomes por "A Jornada do Herói"
  • Maneco Quinderé por "Neva"
  • Fernanda Mantovani por "Caim"

Música

  • Jorge Maya pela direção musical de "Luiza Mahin ... Eu Ainda Continuo Aqui"
  • Itamar Assiere pela direção musical de "Morte e Vida Severina"
  • Chico Cézar pela direção musical de "A Hora da Estrela ou O Canto da Macabéa"
  • Ananda K pela direção musical de "Candeia"
  • Claudia Eliseu e Wladimir Pinheiro pela direção musical de "Vozes Negras: A Força do Canto Feminino"
  • Azullllll pela direção musical de "Cão Gelado"

Energia que vem da gente

  • "Companhia Cria do Beco", baseada no Complexo da Maré, pelo espetáculo Nem Todo Filho Vinga, que traduz para a contemporaneidade de modo complexo e eletrizante o conto Pai contra Mãe, de Machado de Assis, possivelmente o maior libelo antirracista da história da literatura brasileira.
  • "Associação de Produtores de Teatro do Rio de Janeiro (APTR)", pela campanha de arrecadação realizada durante a pandemia, que ajudou inúmeros profissionais do teatro a sobreviverem materialmente, e também por ter sido fundamental na luta para a aprovação no Congresso Nacional das leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc.
  • "Cia de Mystérios e Novidades", por fomentar há 40 anos um teatro marcado pela diversidade e multiplicidade e, mais recentemente, por ter criado sua Escola Sem Paredes, um complexo de espetáculos, performances, cortejos, intervenções urbanas, exposições, aulas, seminários, oficinas e atividades socioculturais fundamentais para a ocupação do território da zona portuária do Rio de Janeiro e para o enriquecimento do calendário cultural da cidade.
  • "Pandêmica Coletivo", por seu pioneirismo em criar uma plataforma online durante a pandemia, possibilitando a colaboração continuada entre artistas de diversas partes do Brasil, a experimentação de novos recursos na produção teatral online e difusão desses novos trabalhos.
  • "Revista Questão de Crítica", por ter contribuído para o fortalecimento das ações online criadas durante a pandemia, estimulando o debate sobre novas possibilidades estéticas abertas por esse novo modo de produção teatral, e também por ter sido, ao longo de 15 anos de existência, decisiva para o fomento do pensamento crítico nas artes cênicas brasileiras.
  • "Projeto Que boca na cena?", por ter realizado transmissões virtuais de espetáculos para fomentar a distribuição de renda para profissionais da cultura durante a pandemia e, nesse processo, por ter se firmado como importante espaço de uma prática antirracista continuada, que amplifica o alcance de trabalhos de artistas negros e periféricos.

Seleção Júri São Paulo

Dramaturgia

  • Dione Carlos por "Cárcere ou Porque as Mulheres Viram Búfalos"
  • Soraia Costa por "Sete Cortes até Você"
  • Ronaldo Serruya por "A Doença do Outro"
  • Viviane Dias por "Tarsila ou A Vacina Antropofágica"
  • Lucas Moura por "Desfazenda – Me Enterrem Fora Desse Lugar"
  • Paola Prestes por "Bata Antes de Entrar"

Direção

  • Miguel Rocha por "Cárcere ou Porque as Mulheres Viram Búfalos"
  • Lázaro Ramos e Tatiana Tibúrcio por "O Método Grönholm"
  • Ruy Cortez e Marina Nogaeva Tenório por "A Semente da Romã" e "As Três Irmãs"
  • José Fernando Peixoto de Azevedo por "Um Inimigo do Povo"
  • Janaina Leite por "A História do Olho – Um Conto de Fadas Pornô-noir"
  • Rogério Tarifa por "O Que Nos Mantém Vivos?"

Ator

  • Clayton Nascimento por "Macacos"
  • Paulo Marcello por "O Fazedor de Teatro"
  • Rodrigo Pandolfo por "F.E.T.O (Estudos de Doroteia Nua Descendo a Escada)"
  • Luis Lobianco por "O Método Grönholm"
  • Odilon Wagner por "A Última Sessão de Freud"
  • Zé Carlos Machado por "Papa Highirte"

Atriz

  • Verónica Valenttino por "Brenda Lee e o Palácio das Princesas"
  • Assucena por "Mata Teu Pai – Ópera Balada"
  • Ana Lucia Torre por "Longa Jornada Noite Adentro"
  • Sara Antunes por "Anjo de Pedra"
  • Clara Carvalho por "Um Inimigo do Povo"
  • Laila Garin por "A Hora da Estrela ou O Canto da Macabéa"

Cenário

  • Fabio Namatame por "A Última Sessão de Freud"
  • Daniela Thomas e Felipe Tassara por "Molly Bloom"
  • Bira Nogueira por "Meu Reino por um Cavalo"
  • Luiz André Charubine e Mandy por "Pérsia"
  • Zé Henrique de Paula por "Sweeney Todd"
  • Chris Aizner por "Outono, Inverno ou O Que Sonhamos Ontem"

Figurino

  • Claudia Schapira por "Na Solidão dos Campos de Algodão"
  • Marichilene Artisevskis por "Mary Stuart"
  • Karen Brusttolin por "Gaslight, uma Relação Tóxica"
  • Anne Cerutti por "Consentimento"
  • João Pimenta por "F.E.T.O (Estudos de Doroteia Nua Descendo a Escada)"
  • Silvana Marcondes por "Nzinga"

Iluminação

  • Wagner Pinto por "F.E.T.O (Estudos de Doroteia Nua Descendo a Escada)"
  • Cesar Pivetti por "Brilho Eterno"
  • Aline Santini por "Na Solidão dos Campos de Algodão"
  • Cibele Forjaz por "Altamira 2042"
  • Wagner Antonio por "Com os Bolsos Cheios de Pão"
  • Wagner Freire por "Mary Stuart"

Música

  • Marco França pela direção musical de "Tatuagem"
  • Tom Zé e Maria Beraldo pela música de "Língua Brasileira"
  • Alisson Amador, Amanda Abá, Denise Oliveira e Jennifer Cardoso pela execução musical em "Cárcere ou Porque as Mulheres Viram Búfalos"
  • Dani Nega, Eugênio Lima e Roberta Estrela D’Alva pela direção musical de "Hip Hop Blues"
  • Felipe Botelho, Amanda Ferraresi, NBKE e Wallie Ruy pela execução musical em "Wonder – Vem pra Barra Pesada"
  • Dan Maia pela música de "Tebas"

Energia que vem da gente

  • "Éssa Companhia de Teatro", pelo trabalho com a comunidade de São Miguel Paulista, no extremo da Zona Leste de São Paulo, que resultou no espetáculo Ensaio para dois perdidos.
  • "Coletivo 302", pela valorização da ancestralidade em Cubatão, na baixada santista, refletindo sobre a herança socioambiental da época em que era a cidade mais poluída do mundo, expressa de maneira contundente no espetáculo Vila Parisi.
  • "Rede de Leituras", pela importante reunião de profissionais do teatro para fomentar e difundir a dramaturgia contemporânea em tempos pandêmicos.
  • "Cia Munguzá de Teatro", por suas ações artísticas e sociais acolhendo a população da Cracolândia e seu entorno durante a pandemia de Covid-19.
  • "CATS (Coletivo de Artistas Transmasculines)", pela pesquisa histórica e ações de visibilidade e inclusão dos artistas transmasculines no Brasil.
  • "Os Satyros", pelo projeto A arte de enfrentar o medo / The art of facing the fear, reunindo simultaneamente artistas de vários países dos cinco continentes e fomentando a experimentação de formatos digitais durante a pandemia.
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