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Televisão

Reviravoltas de 'Succession' não decepcionam na última temporada

Série novelesca da HBO sobre intrigas familiares de reis da mídia chega à reta final como uma das melhores da década

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São Paulo

Succession (4ª temporada)

  • Quando Estreia neste domingo (26), na HBO Max
  • Classificação 16 anos
  • Elenco Brian Cox, Jeremy Strong e Sarah Snook
  • Produção EUA, 2023
  • Criação Jesse Armstrong

Espere da temporada derradeira de "Succession" tudo a que um final de novela tem direito: morte, gravidez, separação, casamento, traição, mudança de alianças, novos negócios, velhos negócios, humilhações em geral e triunfos.

A Folha recebeu acesso antecipado aos primeiros quatro episódios, mas esta resenha não vai cometer a indiscrição de dizer quem, quando, onde.

Jeremy Strong, Sarah Snook e Kieran Culkin em cena da quarta temporada de 'Succession', da HBO - Divulgação/HBO

Só não espere, nesses últimos dez episódios, mudanças de caráter injustificadas, como alguns roteiristas fazem quando precisam juntar as pontas da história. Isso "Succession" não faz, e é isso o porquê de a série ser tão boa.

Isso e o fato de ser difícil escolher alguém por quem torcer, e na temporada final, que estreia neste domingo (26), a regra continua válida.

Connor, Kendall, Shiv e Roman, os quatro filhos de Logan Roy (Brian Cox), continuam sendo os piores tipos possíveis e, ao mesmo tempo, aquelas almas perdidas às quais nos afeiçoamos nos três anos anteriores.

A aliança forjada entre os três irmãos mais novos e mais ambiciosos nos episódios anteriores volta a ser posta à prova, com o pai semeando a discórdia e gente como Tom (Matthew Macfadyen), o ex-marido de Shiv, adubando.

O conselho que flutua em volta do patriarca e também de seus filhos —Karl, Gerry, Hugo— e outros chupins de plantão, como o primo Greg (Nicholas Braun) e a assistente Kerri (Zoe Winters), agora praticamente a primeira-dama do conglomerado de mídia dirigido pelos Roy, também cerram fileiras para dinamitar qualquer esboço de unidade familiar.

E é curioso como, mesmo usando os mesmos elementos de sempre, como "Succession" consegue surpreender. Jesse Armstrong, o roteirista-chefe, é habilidoso e criou tantas facetas para seus personagens principais que a maioria de suas ações se torna justificável, mas o campo é tão aberto que dificilmente serão previsíveis.

À parte acontecimentos factuais aqui omitidos para não haver spoilers, o elemento novo é o amadurecimento de Roman, o filho mais novo e sempre mostrado como um playboy inútil, interpretado com um misto de sarcasmo e carência por Kieran Culkin. Com isso, ele extrapola a função de alívio cômico da série e rouba atenções que antes recaíam sobre seus dois irmãos mais determinados, o instável Ken (Jeremy Strong) e a tenaz Shiv (Sarah Snook).

Os dois, aliás, iniciam a temporada bastante distantes do ponto em que estavam no início da história (ele ensimesmado; ela vingativa), e ainda que tentações passadas se coloquem novamente no caminho talvez já não seja possível retomar o rumo —a ver o que Armstrong guardou para os episódios de conclusão.

Por fim, há de se dar um desfecho à saga da empresa da família, o conglomerado de mídia Waystar, que guarda forte semelhança com o o grupo Fox, do australiano Rupert Murdoch, e sua influência na política americana.

Este é o grande personagem não encarnado que ronda o núcleo central, que coloca "Succession" como um epítome desses tempos de mudança rápida nos hábitos de informação e para o qual também se espera um final à altura.

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