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Aos 90, Rupert Murdoch vive dilemas sobre a Fox e conflitos familiares pelo império

Magnata da mídia, que se apoiou em Trump nos últimos anos, retorna a Los Angeles pronto para trabalhar ainda mais

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Alex Barker Anna Nicolaou James Fontanella-Khan
Londres e Nova York | Financial Times

Pelo seu cálculo, Rupert Murdoch deveria ter morrido há cerca de duas semanas.

O magnata da mídia anotou a hora de sua morte em um pedaço de papel, em 2001, e mostrou a anotação em uma entrevista na qual avaliou uma carreira de cinco décadas, ao longo da qual ele transformou um jornal medíocre que havia herdado de seu pai, Sir Keith Murdoch, em Adelaide, Austrália, em um império mundial de negócios que o levou a ser cortejado e temido por políticos de todo o mundo de fala inglesa.

“Sou um tanto otimista. Ainda tenho mais 175 mil horas para viver, por aí”, declarou Murdoch em um evento da revista Variety. “Talvez consiga passar 75 mil dessas horas produtivamente no trabalho. Ou quem sabe 70 mil. Por isso, tenho de garantir que cada uma dessas horas seja gasta da melhor maneira possível”.

Rupert Murdoch e Donald Trump
Rupert Murdoch e o então presidente dos EUA, Donald Trump , em encontro no Trump International Golf Links em Aberdeen, Escócia, em 2016 - Carlo Allegri - 25.jun.2016/Reuters

O prazo que ele mesmo calculou se esgotou no mês passado. Mas Murdoch, talvez o último dos grandes barões transcontinentais da imprensa, continua navegando em direção ao seu 90º aniversário, em 11 de março. Depois de passar meses em sua propriedade no condado de Oxford, Inglaterra, esperando o fim da pandemia, ele recentemente foi vacinado e viajou a Los Angeles na metade de fevereiro, pronto para trabalhar ainda mais.

Como chairman executivo da News Corp e copresidente do conselho da Fox Corporation, Murdoch se tornará um dos poucos nonagenários que e mantêm à frente de companhias de capital aberto nos Estados Unidos. E continua a realizar façanhas: recentemente, chegou a um acordo mundial sobre conteúdo com o Google, que batalhou mais de uma década para conseguir. O acordo é causa de inveja para todas as demais empresas de notícias.

Mas nos seus anos crepusculares, a questão do que acontecerá à dinastia de mídia Murdoch continua a parecer tão complicada quanto sempre foi –uma disputa familiar incessante. Os filhos dele não se entendem, especialmente com relação à Fox News. Lachlan Murdoch, o filho mais velho, é o herdeiro aparente. Mas a questão da sucessão de alguma forma ainda parece estar em aberto. Uma batalha pelo controle do truste da família, que controla as ações que ela detém na News Corp e Fox, vai explodir assim que Rupert Murdoch deixar o leme. Nenhum de seus filhos conta com os votos necessários a exercer o controle da empresa sozinho.

Por enquanto, porém, Murdoch tem motivos para estar contente com o modo pelo qual passou aquelas 175 mil horas. Na casa dos 70 e dos 80 anos, ele sobreviveu à crise causada pelo hacking de telefones de celebridades pelos seus jornais britânicos e a diversos problemas de saúde, teve duas filhas, encontrou o amor, com Jerry Hall, adquiriu o The Wall Street Journal, transformou a Fox News na mais assistida e mais controvertida rede de televisão dos Estados Unidos, ajudou Trump a chegar à Casa Branca, e sobreviveu à derrota posterior dele. Como proprietário, Murdoch está no seu 12º presidente dos Estados Unidos, desde que visitou John Kennedy no Gabinete Oval em 1962.

Talvez o mais surpreendente é que Murdoch também tenha decidido vender, aceitando uma oferta de US$ 71 bilhões (R$ 407 bilhões) da Disney pela maior parte da 21st Century Fox, em um acordo fechado em 2019 que estabeleceu um recorde de mercado para ativos tradicionais de mídia. Murdoch dividiu os espólios da família entre seus seis filhos, doando cerca de US$ 2 bilhões (R$ 11,4 bilhões) a cada um.

Parecia ser o ato final. Mas o que ficou para trás era uma colcha de retalhos daquilo que um ex-colega de Murdoch define como “seus brinquedos favoritos”, jornais como o Sun, do Reino Unido, o New York Post e mais de metade do mercado australiano de mídia impressa; a rede Fox News de notícias; e um punhado de estações de TV e redes de esportes que a Disney não pôde adquirir por conta das leis antitruste.

Mascote da Disney, Mickey Mouse acena na Bolsa de Nova York - AFP

Amigos dizem que Murdoch não pensa em seu legado, e que odeia a palavra. “Que as coisas aconteçam como acontecerem”, ele disse certa vez. Mas alguém que trabalhou muito tempo com ele vê sua reticência como reflexo de um outro problema: o legado “pode se desmantelar no dia em que ele se for”. O ex-colega questiona: “Quem vai conseguir segurar tudo aquilo junto além de Rupert?”

Até agora existia um obstáculo legal a qualquer reconsideração do império de Murdoch: os termos do acordo com a Disney incluíam grandes vantagens tributárias para a nova Fox, mas bloqueavam qualquer nova venda de ativos por dois anos. A restrição desaparece este mês. E o círculo mais estreito de assessores de Murdoch voltou, como que em um passe de mágica, a falar de uma jogada corporativa audaciosa –uma série de novas transações– para ordenar os assuntos do magnata.

Isso incluiria um novo exame da possibilidade de venda de partes do império, e a possível união de outras partes, de acordo com diversas pessoas informadas sobre as discussões. A questão, para velhos acólitos de Murdoch, está em determinar se ele ainda tem a energia para redefinir seus negócios em torno daquilo que Lachlan desejará comandar no futuro.

“Sem querer menosprezar suas realizações extraordinárias, ou o fato de que ele chegou aos 90 anos, algumas coisas são inevitáveis. Ele já não está tão no controle quanto esteve no passado”, diz Andrew Neil, antigo editor do jornal Sunday Times e primeiro presidente da Sky TV. “Ele já não tem como forçar as pessoas a cooperar, ao contrário do que acontecia no passado. É um império muito diminuído, como o britânico depois de 1945. O país sobreviveu à Segunda Guerra Mundial mas seu futuro era incerto. Boa sorte para ele”.

Surgem rachaduras

Há poucos exemplos melhores de como Murdoch moldou a paisagem da mídia moderna do que a ascensão da Fox News, que em 2016 se tornou o canal mais assistido na TV a cabo dos Estados Unidos.

Enquanto o restante do ecossistema da televisão se destroçava ao seu redor, a rede inimiga das causas liberais parecia desfrutar de uma imunidade sobre-humana, produzindo audiências e lucros cada vez mais altos ao longo de toda a era Trump. “Todo pacote de TV a cabo tinha de incluir a Fox News”, diz Laura Martin, analista de ações do banco Needham. “Era preciso ter a Fox News, especialmente se você vive na porção central do país”. A rede de notícias está caminho de responder por mais de 80% dos lucros operacionais da Fox este ano, de acordo com a MoffettNathanson. Sua margem de lucro excede os 50%.

Mas, nos últimos meses, surgiram rachaduras. Os democratas voltaram ao poder. A Fox News e diversos de seus apresentadores mais conhecidos são alvo de um processo judicial de US$ 2,7 bilhões (R$ 15,4 bilhões) por seu suposto papel em difundir a falsa teoria de que a eleição foi manipulada. O ex-presidente Donald Trump, o maior proponente e maior recurso de marketing da Fox, ainda telefona para a rede, ocasionalmente, mas as audiências caíram –como resultado de um ciclo de notícias mais calmo e de um racha nas audiências conservadoras, agora que alguns de seus integrantes optam por veículos mais radicais, como a Newsmax.

Murdoch não se incomoda demais com os desafios dos críticos e dos grupos rivais de mídia de direita, ou com processos contra a Fox, dizem pessoas próximas a ele. O que o preocupa é o futuro da companhia controladora, e de sua liderança. Uma questão central discutida no círculo mais estreito de assessores de Murdoch é se Lachlan estará disposto a continuar a dirigir a Fox Corporation, dizem três pessoas próximas de Murdoch.

Depois de uma era de consolidação que redefiniu o setor de mídia, a Fox é um lambari de US$ 20 bilhões (R$ 114,6 bilhões) em um oceano de conglomerados imensos. Com a televisão encarando declínio em longo prazo, Lachlan Murdoch, 49, fez apostas entusiásticas em outros negócios, mais dirigidos ao futuro, como a Tubi, uma plataforma de streaming de vídeo bancada por publicidade, pela qual ele pagou US$ 440 milhões (R$ 2,5 bilhões). Na mais recente conversa telefônica entre a liderança da Fox e analistas financeiros, Lachlan mencionou a Tubi 44 vezes, e só citou a Fox News 23 vezes.

Lachlan Murdoch, filho do magnata da News Corp, Rurpert Murdoch, após deixar a casa do pai em Londres - Andrew Winning - 20.jul.2011/Reuters

Mas o executivo está menos interessado na batalha diária de comandar uma empresa de capital aberto, e parece cansado das controvérsias incessantes que cercam a Fox News, dizem diversas pessoas que trabalharam com ele. “Para ele é difícil”, disse um veterano aliado dos Murdoch.

Lachlan jamais foi visto como um presidente-executivo muito presente, e divide seu tempo entre Los Angeles, onde a Fox tem um escritório corporativo, Nova York, e temporadas de férias em Aspen, Colorado, um polo do esqui onde ele tem uma grande propriedade. De vez em quando circulam rumores de que Murdoch está se preparando para interferir a fim de redefinir as operações da Fox.

“Lachlan é um líder que não provou seu valor até agora. Se o nome dele fosse Lachlan Smith, ele de forma alguma estaria posicionado para assumir o comando da companhia”, diz Rod Tiffen, professor da Universidade de Sydney que escreveu um livro sobre a família Murdoch. “Rupert construiu o império, e isso lhe confere um prestígio e status, dentro do império, que Lachlan jamais terá”.

Existem áreas em que Lachlan deixou sua marca na Fox. Embora Murdoch seja visto como a força propulsora ideológica da rede, ele não interfere com sua produção ou negócios, ao menos não em escala semelhante à que faz com seus jornais. Associados dizem que Lachlan na verdade tem inclinações mais conservadoras do que seu pai, e que é mais provável que passe tempo em companhia de Tucker Carlson e outros apresentadores de programas da Fox News, dando-lhes carta branca no ar.

O poder do dia a dia na Fox é exercido por um homem escolhido por Lachlan e não por seu pai: Viet Dinh, advogado que estudou em Harvard e serviu na Casa Branca no governo de George W. Bush. Dinh é muito amigo da família de Lachlan –e padrinho de um de seus filhos– e costuma ser descrito como arguto, ambicioso e ultraconservador. “Viet toma decisões em nome de Lachlan”, diz uma pessoa bem informada sobre a situação. Com o título oficial de vice-presidente jurídico e de questões públicas da Fox, Viet tem o mesmo salário básico de Lachlan, o presidente-executivo: US$ 3 milhões (R$ 17,2 bilhões) ao ano.

Em termos de estratégia, Lachlan também direcionou a Fox na direção das apostas esportivas, com muito entusiasmo. Murdoch tem objeções em princípio a esse tipo de negócio.

Embora Lachlan seja a escolha mais recente do pai na batalha sucessória da empresa, seu relacionamento sempre difícil com o irmão James ainda influencia pesadamente o que pode vir a acontecer com o legado da família Murdoch.

Desde o acordo com a Disney, James vem definindo rumos marcadamente independentes dos negócios da família. Ele deixou seu posto no conselho da News Corp no ano passado, mencionando desacordos quanto a “certo conteúdo editorial”, especialmente a negação da mudança no clima por alguns dos veículos australianos da companhia. Em janeiro –embora não tenha citado a Fox nominalmente– ele criticou a mídia americana por estimular “forças insidiosas” que resultaram na invasão da sede do Congresso dos Estados Unidos.

James Murdoch News Corporation em Idaho, Estados Unidos - Kevork Djansezian - 10.jul.2013/AFP

As intrigas da família Murdoch convergem no truste familiar. Rupert Murdoch já não é beneficiário –ele doou seus ativos à geração seguinte– mas continua a reter controle final, inclusive sobre as ações que o fundo detém na News Corp e na Fox Corporation.

O truste age unido quanto a assuntos da companhia, e controla cerca de 40% das ações com direito a voto. Mas quando a próxima geração assumir o controle, o poder de determinar a posição do truste será dividido igualmente entre os quatro filhos mais velhos de Murdoch –e suas duas filhas mais novas (Grace, 20, e Chloe,18) também são beneficiárias.

Isso significa que, para que qualquer decisão seja tomada, pelo menos dois ou três dos filhos precisam concordar. As alianças na geração mais jovem –e mesmo quem ainda conversa com quem– mudaram dramaticamente com o passar dos anos. É difícil prever como elas vão funcionar no futuro.

Dois associados de Murdoch dizem que James tem a esperança de se coordenar com suas irmãs Elizabeth e Prudence e redefinir as prioridades da Fox News e da divisão de notícias do grupo na Austrália, se necessário derrotando Lachlan em votação. Outras pessoas próximas dos Murdoch minimizam essa interpretação, definindo-a como “ridícula” e retratando James como uma figura marginalizada, e ainda inconformado com a sucessão.

Depois do acordo com a Disney, Lachlan estudou a possibilidade de comprar a parte de James na empresa, de acordo com duas pessoas informadas sobre os desdobramentos. Mas a tentativa se provou dispendiosa e difícil, e as discussões não chegaram a um estágio sério.

Talvez igualmente importante, James e sua mulher, Kathryn, decidiram que sua prioridade não era só fazer dinheiro com os ativos de mídia dos Murdoch, mas esperar até que estejam em situação de influenciar a direção em que as companhias avançam. O casal já disse a amigos que deseja ver uma transformação dramática dos padrões editoriais.

O começo da reavaliação

O segundo aniversário da venda da maior parte dos ativos da 21st Century Fox é mais que simbólico. Com ele vem o fim das restrições contratuais –vinculadas à estrutura tributária definida para a transação–, o que permite que a Fox seja vendida, no todo ou em parte. Uma reavaliação do império começou.

Muita coisa depende da escolha de Lachlan. O que ele deseja dirigir? E será que preferiria dedicar sua energia empresarial a um novo empreendimento, em lugar de comandar ativos que lhe chegaram como legado? Dessas escolhas emerge um tabuleiro de xadrez de opções quanto aos negócios da família.

A jogada mais dramática seria vender a Fox. Um velho confidente diz que essa é uma escolha que Murdoch não hesitaria em fazer “se ele acreditar que serve aos melhores interesses de sua família”, e menciona a venda de ativos para a Disney como prova de sua disposição de abrir mão de alguns de seus ativos mais queridos.

Mas existe um desafio prático. Três associados de Murdoch advertem que pode não existir uma lista longa de potenciais compradores. “Existem muitos riscos associados ao controle da Fox”, diz um executivo de mídia que conversa com Murdoch ocasionalmente. “Não é provável que um grupo de capital privado bem conhecido, como o Blackstone ou o KKR, se disponha a assumir o controle. O risco para a reputação deles seria imenso”.

O Hicks Equity Partners, grupo de capital privado sediado no Texas e fortemente ligado ao Partido Republicano, é considerado como o comprador mais provável, de acordo com financistas que trabalham no segmento de mídia.

A alternativa seria reestruturar os ativos empresariais dos Murdoch. Isso poderia envolver a venda de ativos não essenciais e a recombinação de partes da Fox com a News Corp, o outro grande negócio de mídia controlado pela família Murdoch, cujos ativos incluem jornais como o The Sun, no Reino Unido, e o The Wall Street Journal, nos Estados Unidos.

Essa opção poderia ser considerada com seriedade se Lachlan decidisse que não deseja mais comandar o negócio. O plano veria a coroação de Robert Thomson, presidente-executivo da News Corp e o confidente mais próximo de Murdoch, como líder do grupo recombinado.

Remontar a empresa, poucos anos depois de dividi-la, seria uma surpresa. Mas a questão foi discutida internamente como opção, dizem três pessoas informadas sobre a situação. Um antigo associado de Murdoch disse que fechar o capital da News Corp, uma possibilidade que foi estudada mas descartada no passado, também pode ressurgir como ideia. Um executivo da News Corp disse que “simplesmente não havia discussão” de uma fusão com a Fox, acrescentando que as empresas estão “em ótima forma”.

Visitante entra na sede da News Corp em Sydney, na Austrália, em 28 de maio de 2020 - AFP

A terceira opção, e de muitas maneiras a preferida, seria que Lachlan continuasse no comando, dizem três pessoas próximas de Murdoch. “Murdoch, apesar de todas as suas inclinações republicanas por um governo pequeno, acredita em monarquia empresarial, e que o trono deve ser passado de uma geração à seguinte”, diz Tiffen.

Mesmo nesse caso, pode ser necessário reordenar os ativos de maneira que satisfaça as prioridades de Lachlan, colocar o negócio em posição mais firme para uma transição à terceira geração, e minorar as tensões internas da família.

Murdoch acredita que ainda tem tempo. Sua mãe, Dame Elizabeth Murdoch, viveu até os 103 anos, e Murdoch, que sempre se preocupou com a saúde, não tem intenção de fazer por menos. “Não estou pronto para parar, para morrer”, ele declarou certa vez. O dinheiro a que Murdoch teria direito como pensão continua intocado, à espera de sua “aposentadoria”.

Ele está casado e feliz com sua quarta mulher, Jerry Hall, que segundo amigos trouxe mais equilíbrio à sua vida. No ano passado, o casal adquiriu o Great Tew Manor, uma casa antiga e arruinada na região inglesa de Cotswolds. Reformá-la demorará muitos anos.

O apresentador de TV Piers Morgan, que foi editor nas empresas de Murdoch, recorda com carinho um jantar recente com Murdoch e a atriz Joan Collins, em Los Angeles. “Ela está com 87 anos, ele com 89, e o nível de energia, a vitalidade e a recusa de deixar que a velhice os abale, da parte dos dois, era um verdadeiro espetáculo”, ele diz.

“Cada poro [do corpo de Murdoch] é propelido pela ambição, espírito de aventura e zelo empresarial”, ele acrescenta. “Para mim seria um choque se ele não tiver pelo menos uma grande jogada a fazer ainda”.

Traduzido originalmente do inglês por Paulo Migliacci

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