Descrição de chapéu Filmes Oscar

SXSW tem filme com Caco Ciocler, Tuyo e curtas de realidade aumentada

Marilia Marton compareceu pessoalmente ao evento junto a missão que levou dez empresas de SP ao Texas

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São Paulo

Quando Marilia Marton assumiu a secretaria de Cultura do estado de São Paulo, disse à Folha que o órgão tinha acabado de ganhar "indústria" no nome. Em sua participação no SXSW, a feira South by Southwest, a secretária manteve a visão do setor cultural como uma indústria com potência para gerar renda e empregos.

São Paulo levou dez empresas do setor cultural para o evento, que ocupa a Universidade do Texas, na cidade de Austin, através do CreativeSP, programa promovido pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa com a agência InvestSP para fomentar obras de artistas paulistas fora do país.

Cena do filme 'Meu Casulo de Drywall', filme de Caroline Fioratti
Cena do filme 'Meu Casulo de Drywall', filme de Caroline Fioratti - Stella Carvalho/Divulgação

A produtora Aurora Filmes, umas das empresas escolhidas pelo edital do programa, lançou na SXSW, no último sábado (11), "Meu Casulo de Drywall", filme com participação de Caco Ciocler sobre o impacto da morte de uma adolescente no condomínio onde vivia.

Caroline Fioratti, diretora do filme, comenta a oportunidade de lançar o filme no festival. "Austin é uma ilha de inovação, de jovens, de pessoas trans, de várias cores, num estado super conservador. E eles estão aqui para consumir cinema. É uma energia interessante", diz.

A cineasta percebeu que muitas pessoas vão ao festival pelos filmes, buscando ver obras de outros países. Ela vê com bons olhos a possibilidade de projetar seu filme para novas audiências. "A gente está pensando num cinema de qualidade e independente, mas que chegue ao público".

O filme é exibido junto a obras americanas, como "Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes" e "Tetris", do Apple TV+. No ano passado, a feira contou com a estreia de "Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo", vencedor deste Oscar.

"Nos últimos dois anos, a Cultura foi o setor mais atingido. Tivemos gente que passou fome, e acho que agora tem um amadurecimento do setor, de entender que ele é extremamente importante e mobiliza muito dinheiro", diz Marton, que levou um roteiro de palestras sobre as produções de São Paulo à feira. "Acho que a grande mensagem que a gente quer passar aqui é que a cultura é cultura, mas também é mercado".

Marton diz que a ideia não é passar por cima da criatividade e do fazer cultural de cada um, mas garantir as ferramentas para viabilizar essas atividades. Daí a importância de garantir ao setor desde a habilidade de escrever textos para participar de editais até capacidades para valorizar e monetizar as produções.

A secretária diz que a feira tem ajudado a entender as barreiras que impedem o desenvolvimento do setor cultural brasileiro. A falta da língua inglesa, que não é dominada pela maioria dos brasileiros, seria um transtorno que o setor precisa enfrentar.

Também ganham atenção problemas mais localizados, como a falta de roteiristas capacitados para atuar no setor de jogos eletrônicos.

Entre produções brasileiras no evento, também estão as animações, "Rockets, by Pillow" e "Yuki MR", que representam o país na ala de produções de realidade aumentada. Na música, o país é representado pela banda Os Mutantes e pelos artistas Rogê e Zudizilla e as bandas Bike e Tuyo.

O SXSW, que também é conhecida também como South by Southwest, é um dos principais eventos de inovação e criatividade do mundo. Entre os destaques deste ano, esteve a participação da futurista Amy Webb, que lançou na feira um relatório que aponta as maiores tendências de tecnologia para 2023.

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