Todos ganham, mas a gravadora ganha mais no fim, diz Ludmilla, frustrada

Na Rio2C, cantora contou que não quis assinar com selo de Beyoncé e gastou de seu próprio bolso para fazer projetos

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Rio de Janeiro

A cantora Ludmilla se frustrou com o desempenho do seu último álbum, "Vilã", que ficou abaixo de projetos anteriores, como o "Numanice". Mas revelou um plano para tentar levar o projeto ao sucesso. Para isso, vai gravar ao vivo a maior parte das músicas do disco.

Ludmilla participou de um painel na Rio2C, conferência da indústria criativa na capital fluminense, nesta quinta-feira. "Eu não estava preparada para lançar, mas apareceu uma oportunidade de marketing, nós ficamos focados e esquecemos que ele não estava completamente do jeito que eu queria", ela disse.

Ludmilla em ensaio de divulgação de 'Vilã', seu último disco
Ludmilla em ensaio de divulgação de 'Vilã', seu último disco - Gabriela Schmidt/Divulgação

"Lançamos sem os profissionais prontos para fazer o que eu gostaria de ter pronto. Aí cai naquele lugar de ‘caramba, que frustrante’. Porque meu álbum não foi do jeito que eu gostaria, confiei em outra pessoa e não na minha intuição", afirmou a cantora, sem apontar nomes.

Ela mostrou não estar satisfeita com o desempenho do disco nas plataformas de streaming. "Tivemos que quebrar a cara com esse lançamento. Com essa loucura do streaming, você tem que estar no top não sei o quê. Você acaba se cobrando demais."

Músicas como "Sou Má", do novo disco, acumulam cerca de 7 milhões de audições no Spotify, bem atrás do hit "Maldivas", de "Numanice 2", que acumula 45 milhões de plays.

A cantora afirmou que tentou se aprofundar em técnicas vocais para "falar de sentimentos mais profundos", e que talvez o disco não seja "música feita para o TikTok", disse Ludmilla. "Mas a gente também quer alcançar o streaming, então estamos recalculando."

Mesmo assim, ela defendeu relativizar a importância do streaming como única medida de sucesso. "Já cheguei a lugares em que a galera não sabia cantar músicas que estavam bombando no streaming. Mas a indústria cobra isso. Será que chegou a hora de eu ficar me cobrando isso?"

Ludmilla contou que, com "Vilã", aconteceu o contrário do que com o sucesso "Numanice". "Quando botei o ‘Numanice’ na mesa, falaram ‘tá louca?’. ‘Nem tem mulher fazendo pagode. Vai fazer show para quem tocando pagode?’ Falei que eu gosto de fazer coisas novas e estava cheia de músicas de amor que eu não conseguia colocar batida de funk. O pagode está enraizado em mim", afirmou.

Ela disse ainda que bancou do próprio bolso o primeiro DVD de "Numanice". "No fim das contas, todo mundo ganha. Eles [a gravadora] mais do que eu. Fiz esse sacrifício pelo meu sonho. Agora que consegui me firmar, não vou largar nunca mais o pagode", disse.

A cantora disse ainda que já reuniu uma nova equipe para desenvolver uma nova estratégia de promoção de "Vilã", em uma entrevista coletiva depois do debate. As gravações ao vivo, a serem lançadas em breve,

fazem parte dessa tática. "É um formato que os artistas internacionais fazem. Estou me preparando tecnicamente para cantar mais ainda."

Ludmilla falou também por que conversas com a americana Roc Nation, gravadora de Jay-Z, noticiadas anos atrás, não evoluíram para um lançamento de uma carreira internacional —e que já foi sondada mais vezes.

"Há muito tempo recebo ofertas para ser uma cantora internacional, com grandes empresários. Até a Roc Nation, da minha ídola Beyoncé, veio atrás de mim e não assinei. Os interesses deles não estavam ornando com os meus na época. Não adianta pegar algo muito grande que não está conectado com você", afirmou a cantora.

O repórter viajou a convite da organização do evento

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