Corria o ano de 1942 e os estúdios de Walt Disney ainda engatinhavam na produção de filmes animados quando, no ano de 1942, em plena Segunda Guerra Mundial, o criador do Mickey lançou "Bambi" —a fábula sobre o filhote de cervídeo que vê a mãe ser assassinada por um grupo de caçadores.
A personagem, que no linguajar técnico é um veado-de-cauda-branca, é a primeira imagem que aparece quando o assunto é esse tipo de animal.
O que poucos sabem, porém, é que no Brasil vivem nove espécies dessa família. Uma delas é o assunto da Coleção Folha Fauna Brasileira para Crianças desta semana.
O 14º livro da série, que chega às bancas neste domingo, dia 18, apresenta o veado-campeiro. Se antes ele se espalhava por planícies de boa parte do Brasil, dos pampas gaúchos à Amazônia, hoje a maior população da espécie habita a região do Pantanal.
"A classificação é de quase ameaça de extinção", diz o biólogo Rullian César Ribeiro, que colaborou com o volume ao lado de José Maurício Barbanti Duarte e do Núcleo de Pesquisa e Conservação de Cervídeos.
"No estado de São Paulo, por exemplo, é considerado extinto. Não há relatos de avistamentos desde meados dos anos 1980."
Assim como em "Bambi", a principal ameaça à espécie no Brasil é a caça. Estima-se que, entre 1860 e 1870, o país exportou cerca de 2 milhões de couros de cervídeos. Apesar de a matança ser proibida pela lei, caçadores perseguem ainda hoje esses mamíferos e usam os chifres dos machos como troféus de exibição, que valorizam suas "conquistas".
"Outro impacto é a conversão dos campos abertos, que são o habitat natural da espécie, em cultivos de soja. Estamos começando a entender como o avanço da agricultura impacta o veado-campeiro, mas os sinais que chegam não são bons", afirma Ribeiro.
COMO COMPRAR
Site da coleção: https://faunabrasileira.folha.com.br/
Telefone: (11) 3224-3090 (Grande São Paulo) e 0800 775 8080 (outras localidades)
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