Mita tem policiais na saída, mas cria insegurança na volta para casa dos fãs

Público sofreu com orientações do festival sobre as estações abertas após o fim dos shows, que tiveram ampla vigilância

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São Paulo

O festival Mita ocorre neste final de semana no vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo, colado à região tomada pela cracolândia, o que aumenta a sensação de insegurança do público ao sair do evento.

Viaturas de polícia se espalhavam pelos arredores do festival na noite deste sábado, quando se apresentaram as artistas Duda Beat e Lana Del Rey. A maioria das pessoas que caminhavam por ali tentavam acessar as estações São Bento, Anhangabaú ou República do metrô.

Público no show de Lana Del Rey no festival Mita, realizado no vale do Anhagabaú, em São Paulo - Adriano Vizoni/Folhapress

O problema é que não ficou claro qual das estações estaria aberta e por quanto tempo. A bióloga Camila Marques, por exemplo, havia traçado sua rota de saída enquanto ia para o evento no início da tarde. Não deu certo.

Ela planejava voltar pelo mesmo lado da estação Anhangabaú que usou ao ir para o Mita, mas se deparou com a porta fechada. Aflita e se sentindo insegura, Marques procurou uma viatura, não conseguiu pedir táxi ou Uber e precisou ligar para a namorada para que a buscasse. Ela via as ruas ao redor ficarem mais desertas enquanto esperava sua carona por mais de 30 minutos, colada aos policiais.

Com uma das entradas da estação Anhangabaú fechada, funcionários da equipe de segurança orientavam que o público caminhasse até a estação República. Guarde o celular e tome cuidado com a bolsa, diziam os organizadores.

O caminho entre uma estação e a outra dura cerca de dez minutos e podia ser feito com certa segurança por causa dos policiais se movimentando a cada quarteirão. Ainda assim, as pessoas caminhavam apressadas, em grupos grandes e olhando para os lados a todo o tempo.

O casal Ramon Dias e Suyanne Dias pegaram o metrô na estação São Bento, que fica a cerca de oito minutos do local onde ocorre o Mita. O trajeto foi tranquilo e seguro, dizem eles, que devem repetir o caminho neste domingo. Outras duas pessoas ouvidas pela reportagem fizeram o mesmo trajeto e disseram ter se sentido amparadas pela presença da polícia.

Difícil mesmo era localizar a saída do próprio Mita, afirma o casal, por causa das placas mal posicionadas no campo do evento.

Marques, a bióloga, reclamou do bloqueio das saídas de emergência. Ela tentou deixar o evento por saídas que ficavam próximas à estação Anhangabaú, mas foi proibida pelos seguranças que guardavam as entradas. "Eles diziam que estavam só cumprindo ordens. Daí tive que dar toda uma volta."

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