O pianista Antonio Perna Fróes, que tocou em bandas de artistas como Erasmo Carlos e Gal Costa, morreu nesta terça-feira (27), aos 79 anos.
A informação foi confirmada à Folha por Roberto Sant'Ana, produtor musical e amigo do artista.
Perna, como era conhecido pelos amigos, começou a carreira em julho de 1964. Ao lado de Sant'Ana, tocou na inauguração do Teatro Vila Velha, em Salvador, na Bahia. A abertura do espaço teve também apresentações de Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gal Costa e Gilberto Gil, entre outros.
O músico se tornaria um parceiro de confiança a estes e tantos músicos da MPB, além de Erasmo Carlos. Mas o interesse pela profissão de médico o levou a trocar uma carreira pela outra. Diplomado, ele passaria a se alternar entre os dois meios, praticando mais a medicina que trabalhando no piano.
Segundo Sant'Ana, foi Erasmo Carlos quem convenceu Perna a continuar na música. O cantor pediu para que o pianista o ajudasse nos arranjos e trabalhasse em um de seus discos.
"Lembro do dia em que o Perna expulsou da sua casa, na Ladeira dos Aflitos, todos os músicos, e aos gritos dizia que abandonaria a música para se tornar médico", diz Sant'Ana. "Pensei em interná-lo."
Além do "tremendão", Perna atuaria nos primeiros álbuns de cantoras como Marina, Fafá de Belém e Joanna. Ele também colaborou com Emílio Santiago e Jorge Mautner, bem como fez shows de Gil, Gal e Caetano.
O músico ainda fez múltiplos arranjos de Ary Barroso, incluindo "É Luxo Só" e "Já Era Tempo" —esta última uma colaboração de Ary com Vinicius de Moraes.
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