NFT Brasil reúne artistas para discutir propriedade intelectual e criatividade

Painel apontou como tecnologia pode mudar relação entre galerias e autores na venda e exposição das obras ao público

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São Paulo

O pavilhão da Bienal de São Paulo no parque Ibirapuera está tomado por uma vibe futurista neste fim de semana. Mas não, não é um filme de ficção científica —são vislumbres de um futuro repleto de possibilidades. E artistas podem vir a desfrutar de muitas delas.

O evento NFT.Brasil, neste sábado, trouxe painéis em que eles discutiram o futuro da criatividade, da propriedade intelectual e do empreendedorismo. A artista Lilli Kessler, por exemplo, falou em uma mesa sobre como, a grosso modo, a moda do dia a dia pode vir a oferecer experiências não muito distantes daquelas que gamers têm ao jogar "The Sims".

Obra da artista indígena Rita Huni Kuin, exposta no evento NFT.Brasil - Divulgaçao

Roupas digitais representam mudanças drásticas para a indústria por causa da economia de tempo e recursos naturais envolvidas no processo de produção, seja como molde para virar uma peça física ou um look para ser usado no metaverso.

Os consumidores, ela afirma, podem assim colaborar menos com a lógica de uso e descarte rápidos do circuito fast fashion, que tem grande parcela de responsabilidade sobre a degradação ambiental. Além disso, não há limites criativos no ambiente digital para as peças cuja finalidade é o uso online.

"Uma roupa pode ser de fogo ou de água", disse a artista. "Eu vejo um futuro em que a roupa é de qualidade, feita de fibras naturais, protege o nosso corpo do tempo, e a moda, como linguagem de expressão, está num armário digital infinito."

Já para fotógrafos, as possibilidades de proteção da propriedade intelectual podem soar animadoras. Um item digital dentro da blockchain traz registros, tal qual um cartório digital, que identificam quem é o autor da obra e qual avatar a possui, disse a criadora de conteúdo Rai Auad, que moderou um painel sobre o assunto.

A disrupção, portanto, está no fato de fotógrafos, nesses ambientes virtuais da Web3, não precisarem do intermédio de galerias para terem obras expostas e vendidas.

"O artista é o vendedor, o seu próprio marketing, o seu negócio", afirma. "A fotografia pode ser rastreada de maneira que revendas dela podem render parte do lucro ao artista por meio de contratos inteligentes."

Em outro painel, o artista Angelo Whosoever, do Brazuera —espécie de comunidade digital de zoeira sem limites—, falou sobre como membros do coletivo se identificam nas redes sociais por meio das fotos de perfis. Assim, eles conseguem identificarem uns aos outros e darem continuidade às narrativas do país satírico em que vivem no mundo online.

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