No Mita, Florence + The Machine louva a felicidade em um culto inebriante

Florence Welch interagiu bastante com o público, pedindo até para guardar o celular, no show que encerrou o festival

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São Paulo

Florence Welch parecia uma feiticeira quando surgiu no palco principal do Mita, festival que ocorreu no centro de São Paulo neste fim de semana. A impressão que dava é que ela queria comandar um ritual ao erguer os braços e sacudir o cabelo ruivo enquanto entoava a etérea "King".

Mas a pose não durou muito. Ao som de "Ship to Wreck", a vocalista da banda Florence + The Machine saltou por toda a extensão do palco, descalça, dando corridinhas e pedindo que o público a acompanhasse, quase como uma roqueira.

Florence Welch, da banda britânica Florence + The Machine, canta no Mita Festival, em São Paulo - Adriano Vizoni/Folhapress

Uma das bandas mais relevantes da cena alternativa, Florence + The Machine retorna ao Brasil depois de sete anos —a última apresentação do grupo no país aconteceu no Lollapalooza de 2016. Antes, eles pisaram em solo brasileiro em 2012 e em 2013.

Welch cantou parte de seus sucessos logo no começo do show. Em "Dog Days Are Over", hit máximo da banda, pediu que o público guardasse os celulares e só retomou a apresentação quando não via mais nenhum aparelho apontado para o palco.

"Abracem um ao outro, digam que se amam. Vamos viver esse momento juntos", pediu a artista antes do último refrão, cantado em uníssono pela plateia aos pulos.

A banda britânica Florence + The Machine se apresenta no segundo dia do festival Mita ,no vale do Anhagabaú, em São Paulo - Adriano Vizoni/Folhapress

Welch é daquelas que preza mesmo a interação com o público. Desceu do palco enquanto cantava "Big God" e se pendurou na grade para ser agarrada pelos fãs espremidos contra a estrutura. Ela tocava na testa deles, com o olhar penetrante, como uma deusa abençoando seus súditos. Foi um momento inebriante.

Gesticulando com as mãos e com o vestido verde esvoaçante, Welch volta a correr pelo palco. Com "Hunger", do disco de "High as Hope", de cinco anos atrás, ela faz o público berrar sobre fome e falta de amores.

Florence + The Machine trouxe ao Mita a turnê "Dance Fever Tour", dedicada ao seu disco lançado no ano passado. Eles se apresentaram também no Rio de Janeiro na última semana.

"Se você tiver uma lanterna ou tocha, pode acender", diz Welch ao público, durante "Cosmic Love". Ela dá rodopios no fim da canção, fazendo reaparecer aquela atitude de feiticeira do início do show.

A britânica tenta a todo tempo criar uma espécie de louvor à felicidade, pedindo que o público embarque na sua onda. Em "My Love", do disco "Dance Fever", do ano passado, Welch lembra que aquele disco foi escrito na pandemia, quando não era possível dançar juntos. Abaixem, por favor, pede a cantora, até que acena para o público voltar a pular. Ela sorri sem parar.

O show termina com "Rabbit Heart (Raise It Up)", quando fãs sobem nos ombros de colegas e tentam chamar a atenção da cantora. Quando encerra a performance, Welch veste uma coroa de flores, estica a mão, saúda a plateia e é louvada pelos aplausos dos seus fiéis.

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