Stanley Jordan é um dos mais renomados guitarristas do mundo, com quatro indicações ao Grammy e um trabalho que passeia entre o jazz fusion e as reinvenções do pop.
Este ano ele está com agenda cheia pelo Brasil, mas seus principais shows no país serão no The Town, nos dias 7 e 9 de setembro.
A relação do guitarrista com o país é de longa data. Sua primeira visita foi em 1986, no Free Jazz, quando se tornou assunto importante na mídia local. Apesar do sucesso do show, Jordan ficou marcado pela quantidade de pessoas que viu pedindo esmola e comida nas ruas.
"Por que não fazemos um show de graça?", pensou. "Fizemos um show de graça em um parque e 50 mil pessoas vieram para me ver. Dei um pequeno presente para vocês e recebi algo gigante em troca. Aquilo foi o início de uma conexão muito grande com o Brasil. Toda vez que volto, me sinto em casa."
A relação com o Brasil deu frutos e levou o guitarrista a trabalhar com Milton Nascimento e Azymuth, além de imprimir seu nome em nos mais variados line-ups do país.
Para ele, cada show é um momento único. "Seja em um palco menor, seja em um grande palco, sempre tento criar o mesmo senso de intimidade. Há certas coisas na forma como toco minha música, toda essa dinâmica entre os sons mais altos e os mais delicados, que tento sempre convidar as pessoas a adentrarem este espaço comigo."
A relação de Jordan com a música é única, visto que há dez anos ele pesquisa musicoterapia para entender os meandros da saúde a partir da musicalidade. Recentemente, o guitarrista participou de um pequeno show para bebês em uma unidade de tratamento intensivo de um hospital da Flórida, nos Estados Unidos.
"É uma experiência agridoce, pois alguns desses bebês estão passando por grandes dificuldades e isso parte nosso coração, mas ser capaz de dar para eles algo tão especial é uma bênção. Em alguns casos, essa é a primeira música que eles irão ouvir em suas vidas", diz.
Jordan se lembra de uma garotinha que dançava intensamente durante um show. Quando acabou a apresentação, ele recebeu um vídeo da pequena se divertindo com sua música e soube que seu nome é Melody —por sua paixão pela música e pelas melodias.
"É sempre uma bênção poder me comunicar com as pessoas através da minha música", diz. Seja o público formado por adultos, seja formado por crianças, a preocupação do guitarrista com a recepção de suas melodias é sempre constante.
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