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Festival de San Sebastián começa com homenagem à animação de Hayao Miyazaki

Greve de atores e roteiristas nos Estados Unidos atrapalhou os planos do evento, que ficou sem o ator Javier Bardem

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Rosa Sulleiro Alfons Luna
San Sebastián (Espanha) | AFP

O Festival de Cinema de San Sebastián começa nesta sexta-feira (22), em edição que refletirá os efeitos das greves em Hollywood e que dedicará sua gala de abertura ao gênio da animação japonesa Hayao Miyazaki.

Assim como aconteceu em Veneza ou Toronto, a greve de atores e roteiristas nos Estados Unidos também atrapalhou os planos da 71ª edição deste festival, que ficou sem uma de suas grandes estrelas, o ator Javier Bardem, do recente "A Pequena Sereia".

O cineasta japonês Hayao Miyazaki - Yoshikazu Tsuno/AFP

Apesar de seu rosto continuar sendo o protagonista do cartaz desta edição, o ator espanhol, que aderiu à greve americana, não poderá receber seu prêmio honorário durante a inauguração do evento. Sua homenagem foi adiada para o ano que vem.

Mas o protesto em Hollywood não esvaziará completamente os tapetes vermelhos deste festival, que é um dos grandes da Europa, ao lado dos realizados em Cannes, Veneza e Berlim.

Durante a mostra, que terminará em 30 de setembro, passarão pela cidade marítima do norte da Espanha os atores Jessica Chastain, Juliette Binoche, Gabriel Byrne, Emmanuelle Devos, Griffin Dunne, Aidan Gillen, Mads Mikkelsen, James Norton ou Dominic West.

O primeiro prêmio honorário Donostia desta edição será entregue ao japonês Hayao Miyazaki, de 82 anos. Ele receberá o prêmio de forma virtual antes da projeção de seu último filme animado, "Kimitachi wa do Ikiru Ka" ("O Menino e a Garça"), fora de competição na seção oficial.

O longa-metragem, o primeiro do diretor de "A Viagem de Chihiro" (2001) em uma década, segue o jovem Mahito enquanto ele presencia os horrores da Segunda Guerra Mundial e a morte de sua mãe, em uma história fantástica com tom autobiográfico.

A partir de sábado, começarão as projeções para o público dos 16 filmes que competirão pela Concha de Ouro na seção oficial. Estão inclusos os diretores argentinos María Alché e Benjamín Naishtat ("Puan"), e Martín Rejtman ("La Práctica"), ou os novos trabalhos da espanhola Isabel Coixet ("Um Amor"), do grego Christos Nikou ("Fingernails"), do americano Noah Pritzker ("Ex-Husbands") ou do francês Robin Campillo ("A Ilha Vermelha").

Todos tentarão seduzir o júri presidido pela diretora francesa Claire Denis para conquistar o prêmio máximo.

A seção Horizontes Latinos, dedicada ao cinema da região, também começa na sexta-feira, onde este ano competirão 12 filmes da Argentina, México, Chile ou Brasil.

O filme de abertura será "El Viento que Arrasa", o último trabalho de Paula Hernández, que retorna ao festival. Depois de competir em 2019 com seu filme "Los Sonámbulos", a cineasta argentina volta agora com um filme que conta a jornada de um pregador e sua filha, com Alfredo Castro, Sergi López e Almudena González no elenco.

Nos próximos dias, também se destacam propostas como o chileno "Los Colonos" ou o mexicano "Heroico", sobre a jornada de um cadete indígena mexicano no colégio militar, que será lançado praticamente ao mesmo tempo em seu país, onde tem causado polêmica.

Os dias anteriores ao festival foram marcados, no entanto, pela controvérsia gerada por outro filme, o espanhol "No me Llame Ternera", que exibe uma entrevista com José Antonio Urrutikoetxea, apelidado de Josu Ternera, líder da organização independentista armada basca ETA que foi dissolvida.

Após saberem que o documentário seria exibido em San Sebastián, mais de 500 pessoas, incluindo familiares de vítimas ou pessoas que viveram ameaçadas por essa organização responsável por mais de 850 mortes, assinaram uma carta pedindo a retirada do filme. O festival decidiu manter sua exibição e todos os ingressos estão esgotados para sábado.

Entre as múltiplas propostas deste ano em San Sebastián, também há espaço para séries, como "La Mesías", o último trabalho dos populares diretores espanhóis Javier Ambrossi e Javier Calvo, ou a série "Esta Ambición Desmedida", que mostra a última turnê do músico espanhol C. Tangana.

Outro destaque ocorre no dia 29, quando o cineasta espanhol Víctor Erice, que também exibirá seu último filme "Cerrar Los Ojos", receberá o outro prêmio Donostia do festival, 50 anos depois de conquistar a Concha de Ouro por "O Espírito da Colmeia".

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