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Conheça 13 filmes de terror sobre horrores femininos para ver agora no streaming

Edição de Halloween da newsletter Maratonar indica longas-metragens com atuações elogiadas de uma série de atrizes

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São Paulo

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Filmes de terror são, frequentemente, metáforas mal disfarçadas sobre os perigos que moram lá fora —estranhos e conhecidos— ou dentro de nós mesmos —nossos impulsos mais primitivos, pesadelos e desejos controversos.

Não à toa, muitos desses filmes têm como foco mulheres, das bruxas monstruosas às virgens sobreviventes (as chamadas "final girls"), sujeitadas a horrores infligidos pela sociedade como um todo e por homens, especificamente.

Por esse mesmo motivo, esses filmes são excelentes vitrines para atrizes, que comandam a tela para transmitir medo, dor, determinação, raiva e as cicatrizes de traumas profundos.

Os 13 longas desta lista são todos da última década e trazem ao centro atuações femininas elogiadas. Para os assustadiços (como eu), nem todos são sangrentos, se concentrando mais em terror psicológico que monstros e serial killers (mas tem desses também).

"Sombras do Passado"
Talvez sejam as linhas severas do rosto de Rebecca Hall, mas eu sempre me surpreendo ao notar que ela só tem três filmes de terror em sua filmografia. "Sombras do Passado" (2022) é o mais recente deles (os outros são "O Despertar", de 2011, e "A Casa Sombria", de 2020), em que a atriz britânica interpreta Margaret, uma mãe solteira que tem tudo em sua vida sob controle. Isso até a aparição repentina de David (Tim Roth, bem malvadão), uma figura de seu passado que reacende traumas e a põe em parafuso tentando proteger sua filha, Abbie (Grace Kaufman).

O que começa como uma história comum sobre um relacionamento abusivo logo adquire elementos nada comuns, apresentados no fim do primeiro ato em um monólogo de oito minutos ininterruptos em close que provam por que Hall é uma das melhores atrizes de sua geração.
Disponível no Telecine. 103 min.

Rebecca Hall, uma mulher branca, magra e de cabelos escuros, observa algo ao lado de um pilar espelhado. Ela tem um semblante sério e preocupado
A atriz Rebecca Hall em cena do filme 'Sombras do Passado' - Divulgação/IFC Films

"Hereditário"
Este filme de Ari Aster tem uma fama tão grande de terrores tão terríveis que, quando eu tentei vê-lo, num sábado ensolarado, há alguns meses, já pensando nesta mesma edição desta newsletter, precisei parar depois do primeiro grande acontecimento e nunca mais voltar. Não porque fosse superassustador até ali, mas porque o nível de tensão e ameaça era demais. Essa é a vantagem/desvantagem do streaming: no cinema eu teria me obrigado a ficar até o fim.

Mas posso dizer que a história trata das desgraças crescentes da família Graham —Annie (Toni Collette), Steven (Gabriel Byrne), Peter (Alex Wolff) e Charlie (Milly Shapiro)—, que começam com a morte da avó, Ellen, e só pioram com a perseguição por uma entidade demoníaca.

Se Rebecca Hall ainda é uma aspirante a "rainha do grito" (eu decidi que é), Collette já é uma veterana, com sete filmes de terror em sua carreira. Neste, sua atuação gerou até clamor por uma indicação ao Oscar. Não foi desta vez —a Academia não gosta lá muito de filmes de terror, mas já a havia indicado por "O Sexto Sentido".
Disponível na Netflix e na HBO Max. 127 min.

"A Babá"
Aisha (Anna Diop), é uma imigrante senegalesa que trabalha como babá de um casal branco —Amy (Michele Monaghan) e Adam (Morgan Spector)— em Nova York, enquanto junta dinheiro para trazer o filho, que ficou com sua família, para os Estados Unidos.

Quando a jovem começa a ter visões sobrenaturais, sua conexão com uma mulher mais velha também de origem africana vai ajudá-la a compreender a mensagem dos seres folclóricos que a atormentam. O primeiro longa da diretora Nikyatu Jusu trata do luto que acompanha "viver em um lugar enquanto seu coração vive em outro", escreveu Jourdain Searles no Hollywood Reporter.
Disponível no Amazon Prime Video, 97 min

"As Boas Maneiras"
Similar ao filme de Nikyatu Jusu, este longa conta a história de uma mulher negra, Clara (Isabél Zuaa), que trabalha como babá para uma mulher branca, Ana (Marjorie Estiano), mas aqui o monstro é o brasileiro lobisomem. O gosto de Ana por carne —e sangue— revela que o bebê que ela carrega, motivo pelo qual ela rompeu relações com sua família, é especial, e sua chegada colocará a lealdade de Clara em foco. Escreveu Inácio Araujo: "Tão pouco preocupado com o Brasil, na superfície, esse filme tem a nossa cara. Escarrada (à maneira de [David] Cronenberg), embora sob a roupagem mais tradicional do filme de lobisomem".
Disponível na Netflix. 135 min.

"M3gan"
Meio "Chucky, O Boneco Assassino" para o século 21. Depois da morte de seus pais, Cady (Violet McGraw), de oito anos, vai morar com a tia Gemma (Allison Williams, outra que gosta de um filme de terror), uma especialista em robótica que está trabalhando na criação de um androide de tamanho infantil: M3gan (Model 3 Generative Android). Cady se apega à boneca com inteligência artificial, que logo passa a atacar tudo aquilo que entende como ameaça à garota, e Gemma terá de abraçar o papel materno para pôr fim ao seu reino de terror.
Disponível no Telecine. 102 min.

"Possessor"
Uma assassina de aluguel, Tasya Vos (a camaleônica Andrea Riseborough), trabalha tomando posse do corpo de outras pessoas, que ela então usa para cumprir suas missões. Sofrendo com a fragmentação de sua personalidade, desgastada pelo entra e sai de consciências alheias, ela encontra dificuldades para controlar seu mais novo alvo, Colin Tate (Christopher Abbott). Escrito e dirigido por Brandon Cronenberg, filho de David, o filme é abertamente chocante e violento.
Disponível na HBO Max, 104 min.

"Observador"
Maika Monroe gosta de aparecer em filmes de terror —são nove em sua filmografia. Tem até um chamado "Macacos Voadores". Em "Observador", a americana é Julia, que se muda com o marido, Francis (Karl Glusman), para Bucareste. Sozinha numa cidade onde não consegue se comunicar com ninguém —Francis está sempre trabalhando—, a jovem começa a achar que está sendo observada e perseguida pelo vizinho do prédio oposto ao seu. Para complicar, um serial killer que ataca mulheres com seu perfil está à solta pela cidade.
Disponível no Telecine. 96 min.

"Ninguém Vai te Salvar"
O filme mais recente desta lista, tendo estreado no fim de setembro, tem um diferencial ante os demais: é praticamente um filme mudo. Brynn (Kaitlyn Dever, mais uma vez provando seu potencial) vive sozinha e isolada de todos na cidade, que parecem odiá-la por motivos que a história só revelará no final. Quando um grupo de alienígenas invade a casa de Brynn, ela não encontra a quem recorrer e terá de enfrentá-los ela mesma, no silêncio de quem não tem quem a escute. O roteiro é esperto, com cenas de luta realísticas e alguma ginástica para manter sua protagonista calada. A criatividade de Brian Duffield, que escreveu e dirigiu o filme, se estende até a forma do roteiro.
Disponível no Star+. 93 min.

"A Bruxa"
A pergunta que não quer calar desde 2015, quando Robert Eggers levou seu primeiro longa aos cinemas: "Gostarias de viver deliciosamente?". Baseado em documentos históricos e diários dos colonos que ocupavam a Nova Inglaterra, no nordeste americano, no século 17, "A Bruxa" não esconde em momento algum a natureza sobrenatural dos males que afligem a família de William (Ralph Ineson) e Katherine (Kate Dickie).

Expulsos do assentamento puritano em que viviam, o casal e seus cinco filhos —Thomasin (Anya Taylor-Joy, excelente em seu primeiro filme), Caleb (Harvey Scrimshaw), os gêmeos Mercy (Ellie Grainger) e Jonas (Lucas Dawson) e o pequeno Samuel, que nasce na fazenda— vão viver à beira da floresta, onde estão sujeitos à influência terrível de uma bruxa e do Diabo, além da perspectiva assustadora de que Thomasin se torne uma mulher com desejos e vontades próprias.
Disponível no Globoplay e no Telecine. 92 min.

Uma adolescente loira veste um chapéu de pano branco e uma capa, típicos do século 17, no meio de uma floresta
Anya Taylor-Joy como Thomasin em cena do filme 'A Bruxa'' - Divulgação

"Huesera"
Mais um "mommy horror", este mexicano-peruano, dirigido por Michelle Garza Cervera, que coescreveu o roteiro com Abia Castillo. Valeria (Natalia Solián) se prepara para a chegada de seu primeiro filho, aparentemente feliz com a vida que construiu ao lado de Raúl (Alfonso Dosal), até que alucinações se infiltram em sua paz e a levam a recorrer aos conhecimentos de velhas feiticeiras.
Disponível no Amazon Prime Video, 97 min.

"Vestido Maldito"
Um terror cômico de título perfeitamente adequado e talvez o mais normal dos filmes do esquisito Peter Strickland. Marianne Jean-Baptiste (indicada ao Oscar de 1996 por "Segredos e Mentiras") interpreta Sheila, uma mãe divorciada que resolve procurar um namorado. Antes de um encontro, vai a uma loja de departamento, onde é convencida por uma vendedora a comprar um vestido vermelho que se tornará a pedra em seu caminho.
Disponível no Amazon Prime Video e na HBO Max. 118 min.

"Santa Maud"
Depois de uma experiência traumática com um paciente, a enfermeira Kate (Morphydd Clark) se converte ao catolicismo e adota o nome de Maud. Agora encarregada de cuidar dos últimos dias da ex-dançarina Amanda (Jennifer Ehle), a jovem decide que precisa salvar sua alma, tarefa complicada pelo ateísmo e hedonismo renitentes da mulher mais velha. O fervor com que Maud se entrega à missão vira alvo de zombaria e a levará a consequências inimagináveis.
Disponível para aluguel na ClaroVideo. 84 min.

"Nós"
Quase impossível falar de filmes de terror hoje em dia sem invocar Jordan Peele, um dos grandes nomes do que se batizou de "elevated horror" —algo como "terror de alto nível"—, marcador que o próprio cineasta rejeita. O segundo longa do roteirista ganhador do Oscar, porém, abre as portas a tantas interpretações que é difícil pô-lo na mesma categoria que "Ataque dos Tomates Assassinos".

No filme, a família de Addy (Lupita Nyong’o) e Gabe (Winston Duke), de férias na praia, começa a ser perseguida por sósias violentos e ameaçadores. Livrar-se desses "outros" é tarefa que revelará ao espectador e à própria Addy um passado esquecido, mas não cicatrizado.
Disponível para aluguel em Amazon, iTunes e Google Play. 116 min.

O que está chegando

As novidades nas principais plataformas de streaming

"Reservation Dogs"
Meus bebês voltaram! Estreou na Star+, finalmente, a terceira e última temporada da série de Sterlin Harjo e Taika Waititi sobre um grupo de adolescentes indígenas tentando descobrir quem querem ser após a morte de um dos amigos. Doce e engraçada, generosa com todos os personagens no entorno do grupo principal, a série é certamente das melhores da década. A se acreditar nos críticos (não consegui assistir ainda), a última temporada crava a aterrissagem, com direito a mais uma participação da excelente Lily Gladstone, estrela de "Assassinos da Lua das Flores". Escrevi mais sobre a série aqui.
Disponível na Star+. Dez episódios

"O Que Fazemos nas Sombras"
Chegou também à Star+ a quinta temporada de outra série de Taika Waititi, sobre vampiros um tanto atrapalhados que querem conquistar a região de Nova York, Nova Jersey e Connecticut, a começar pela ilha Staten.
Disponível na Star+. Dez episódios

"Máfia da Dor"
Mais uma tentativa de Hollywood de explicar a epidemia de opioides que destrói vidas nos Estados Unidos enquanto enriquece laboratórios farmacêuticos já biliardários. Infelizmente, esta versão dirigida por David Yates (dos últimos sete filmes do mundo de Harry Potter) e estrelada por Emily Blunt, Andy Garcia e Chris Evans, parece ser a pior da lista.
Disponível na Netflix. 123 min.

"A Idade Dourada"
Começa no domingo (29) a segunda temporada da série de Julian Fellowes ("Downton Abbey") sobre as intrigas da alta sociedade nova-iorquina do final do século 19. Serão os novos-ricos aceitos pelos velhos ricos? Que segredos serão revelados? Quão altos serão os chapéus de Carrie Coon? Só o tempo irá dizer.
Estreia no domingo (29) na HBO Max, às 22h. Oito episódios com estreias semanais.

Veja antes que seja tarde

Uma dica de filme ou série que sairá em breve das plataformas de streaming

"Thelma"
Não é bem um filme de terror, mas pode fazer uma boa dobradinha com "A Bruxa": dois filmes sobre o perigo de ensinar meninas a temerem seus próprios corpos. De Joachim Trier ("A Pior Pessoa do Mundo"). Se a protagonista parecer familiar, é porque você a viu na última temporada de "Succession" como Ebba.
Disponível na Mubi até terça (31). 116 min.

"Um Lugar Silencioso"
Terror pós-apocalíptico de John Krasinski sobre uma família que tenta sobreviver após a Terra ser invadida por alienígenas cegos e de audição aguçada.
Disponível na Netflix até o dia 7 de novembro. 90 min.

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