Descrição de chapéu Livros Israel palestina

Revista americana apaga artigo de autora israelense após equipe pedir demissão

Depois de revolta interna, publicação literária Guernica tira do ar texto em que Joanna Chen escrevia sobre palestinos

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São Paulo

A revista literária Guernica, publicação americana de alcance limitado mas prestigiado, deletou o artigo da escritora israelense Joanna Chen após o texto gerar polêmica a ponto de pelo menos dez pessoas da equipe do veículo pedirem demissão.

pessoas com bandeiras palestinas protestam ao lado de bandeira israelense pendurada
Protesto em Washington pede o fim do apoio americano a Israel na guerra em Gaza - Andrew Caballero-Reynolds/AFP

Segundo o jornal The New York Times, a autora discutia, no artigo, seus esforços para construir pontes e superar desconfortos com palestinos após o conflito que começou em 7 de outubro —Chen nasceu no Reino Unido e se mudou para Israel na adolescência.

Entre os jornalistas que decidiram abandonar a revista após a publicação —todos trabalhavam de forma voluntária— está uma antiga publisher, Madhuri Sastry, que escreveu nas redes sociais que o texto tentava "suavizar a violência do colonialismo e do genocídio". Sastry defendeu ainda o boicote cultural a Israel.

Chen afirmou ao New York Times que seus críticos não entenderam o significado do ensaio, "que é sobre se aferrar à empatia quando não há decência à vista". "É sobre a disponibilidade a ouvir e a ideia de que ficar surdo a vozes alheias não vai trazer nenhuma solução."

A autora afirma que trabalhou no artigo ao lado da atual editora-chefe da Guernica, Jina Moore Ngarambe, e que não teve qualquer indicação de que a revista estava desconfortável com o artigo antes de sua retirada do ar.

O texto foi publicado em 4 de março e poucos dias depois já estava indisponível. O link que direcionava para o artigo agora vai para uma página que contém apenas uma mensagem institucional da Redação.

"A Guernica lamenta ter publicado este texto e o removeu", diz o site, acrescentando que trabalha num relato mais minucioso explicando o caso.

A PEN America, entidade que defende a liberdade de expressão nos Estados Unidos, condenou a postura da revista. Segundo Summer Lopez, porta-voz da organização, "o trabalho publicado por um escritor ou escritora não deveria ser retirado de circulação por provocar protestos públicos ou fortes desacordos".

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