Estelar de Teatro leva peça sobre modernismo a festivais internacionais

Companhia paulistana do bairro do Bixiga foi convidada para mostras na França e na Itália e viajará sem patrocínio oficial

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São Paulo

A companhia Estelar de Teatro, sediada no Bixiga, em São Paulo, e dedicada à dramaturgia de voz feminista, foi convidada a participar de dois festivais europeus organizados pelo Théâtre de l´Opprimé, de Paris, na França, e pelo Teatro Potlach, braço da Escola Internacional de Teatro Antropológico da Itália.

Os dois grupos são históricos e selecionaram a Estelar em um movimento de retomada do interesse internacional pela produção cultural brasileira.

Em Paris, a companhia paulistana vai participar de uma mostra chamada Seleção Internacional, na sede do Théâtre de l´Opprimé. Na Itália, o convite é para a Flipt, um festival intercultural de práticas teatrais realizado em Fara Sabina, na região do Lácio.

A imagem colorida mostra uma mulher vestida de branco e com um braço levantado
A atriz e diretora Vivian Dias em cena de 'Tarcila ou A Vacina Antropofágica' - Bob Sousa/Divulgação

Uma peça consagrada e uma inédita serão levadas aos festivais europeus. "Tarsila ou A Vacina Antropofágica" foi indicada ao Prêmio Shell em 2023 pela dramaturgia de Viviane Dias, uma das fundadoras da companhia. Este ano o espetáculo levou seu passeio crítico pelo modernismo ao Festival de Latinidades Cênicas na Cidade do México.

A inédita "Minha Vida na Arte" mostra as inquietações de um professor sobre as possibilidades de ensinar "a saber ser" no século 21, em um diálogo entre as aulas de Stanislávski no Estúdio de Ópera do teatro Bolshoi no começo do século 20 e as ideias de Paulo Freire.

Apesar de comemorar o convite para as duas mostras teatrais, a Estelar enfrenta dificuldades para conseguir patrocínio. O grupo tentou apoio do governo federal por meio do edital de intercâmbio cultural do Ministério da Cultura, mas recebeu a informação de que os recursos estão suspensos devido a cortes orçamentários.

A companhia procurou também o Instituto Guimarães Rosa, criado pelo Ministério das Relações Exteriores para promover a língua portuguesa e a cultura brasileira no exterior. Após a publicação desta reportagem, o grupo recebeu uma resposta positiva e deverá obter ajuda para parte dos custos.

"Não vamos perder essa oportunidade, são dois festivais importantíssimos", afirma Viviane Dias. "Estamos pagando os artistas com recursos do próprio bolso, mas no mundo inteiro os governos dão apoio para as viagens a festivais". O custo estimado é de R$ 40 mil.

As apresentações em Paris serão realizadas de 5 a 9 de junho. Na Itália as peças serão apresentadas no dia 1º de julho e a Estelar ficará no país até o dia 5 para participar de uma intervenção urbana ao lado dos anfitriões italianos.

Outro grupo paulistano, a Cia Mungunzá de Teatro, vai participar de um festival internacional e procura ajuda para viabilizar a viagem de 19 integrantes a Avignon, na França, com previsão de R$ 450 mil em gastos.

O espetáculo "Cena Ouro - Epide(r)mia" será apresentado no festival C´est Pas Du Luxe, a convite da organização.

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