Descrição de chapéu The New York Times

Falsário lucra US$10 milhões através de músicas feitas por inteligência artificial

Michael Smith teria programado bots para simular uma audiência falsa e roubado royalties de plataformas de streaming

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Maia Coleman
The New York Times

Um homem da Carolina do Norte usou inteligência artificial para criar centenas de milhares de músicas falsas de bandas falsas. Ele as colocou em serviços de streaming, onde foram apreciadas por uma audiência de ouvintes falsos, segundo promotores. Centavo por centavo, ele teria arrecadado um total de US$10 milhões de reais.

O homem, Michael Smith, 52, foi acusado de roubar pagamentos de royalties de plataformas de streaming digital durante um período de sete anos. Smith, um músico de carne e osso, produziu música gerada por IA e a reproduziu bilhões de vezes usando bots que ele havia programado, de acordo com uma acusação federal divulgada na quarta-feira.

O caso foi o primeiro voltado ao streaming musical levantado pelo promotor Damian Williams
O caso foi o primeiro voltado ao streaming musical levantado pelo promotor Damian Williams - Jose A. Alvarado Jr./NYT

De acordo com as acusações, os supostos artistas tinham nomes como "Callous Post", "Calorie Screams" e "Calvinistic Dust" e produziram músicas como "Zygotic Washstands", "Zymotechnical" e "Zygophyllum" que foram grandes sucessos no Amazon Music, Apple Music e Spotify.

"Smith roubou milhões em royalties que deveriam ter sido pagos a músicos, compositores e outros detentores de direitos cujas músicas foram transmitidas legitimamente", disse Damian Williams, o procurador dos EUA para o Distrito Sul de Nova York, em um comunicado emitido na quarta-feira.

Smith foi preso na quarta-feira e enfrenta acusações que incluem fraude eletrônica e conspiração de lavagem de dinheiro. Se condenado, ele enfrenta um máximo de 20 anos de prisão para cada acusação.

O advogado de Smith não pôde ser identificado imediatamente na quarta-feira. Smith não pôde ser contatado imediatamente em um número listado em seu nome em Cornelius, Carolina do Norte, perto de Charlotte. Este é o primeiro caso criminal envolvendo manipulação de streaming musical trazido pelo escritório de Williams.

Smith criou milhares de contas falsas de streaming usando endereços de e-mail que ele havia comprado online. Ele teve até 10.000 contas, até mesmo terceirizando a tarefa para cúmplices pagos. Segundo os promotores, ele então criou um software para transmitir sua música em loops de diferentes computadores, dando a aparência de ouvintes individuais que estariam sintonizando de lugares diferentes.

Para evitar a detecção pelas plataformas de streaming, os promotores disseram que Smith espalhou sua atividade por um grande número de músicas falsas, nunca transmitindo uma única composição muitas vezes.

Até junho de 2019, Smith estava ganhando cerca de US$110.000 por mês, com parte destinada aos cúmplices, de acordo com a acusação. Em um e-mail enviado em fevereiro deste ano, Smith se gabou de ter alcançado 4 bilhões de streams e US$12 milhões em royalties desde 2019.

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