Descrição de chapéu Obituário James Earl Jones (1931 - 2024)

Morre James Earl Jones, ator de vozes como Mufasa e Darth Vader, aos 93 anos

Pioneiro entre os atores negros do século 20, desenvolveu uma carreira híbrida que se estendeu por mais de seis décadas

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São Paulo

Conhecido por dar voz a personagens famosos como Mufasa, de "O Rei Leão", e Darth Vader, vilão da saga "Star Wars", o ator James Earl Jones faleceu aos 93 anos. A morte se deu em sua casa no condado de Dutchess, em Nova York, nos Estados Unidos. A informação foi confirmada pelo representante do ator, Barry McPherson, à revista Variety. A causa, no entanto, ainda não foi divulgada.

Para além do sucesso com a sua voz muito singular, o ator também se destacou em frente às câmeras com papéis em filmes como "A Grande Esperança Branca", de 1970, pelo qual foi indicado ao Oscar, "Conan, o Bárbaro", de 1982, "Um Príncipe em Nova York", de 1988, "Campo dos Sonhos", 1989, "Perigo Real e Imediato", 1994 e muitos outros. Seu último trabalho foi em "Um Príncipe em Nova York 2" (2021), em que reprisou o papel de pai do personagem de Eddie Murphy.

O ator James Earl Jones em uma coletiva de imprensa em Nova York, em 2012
O ator James Earl Jones em uma coletiva de imprensa em Nova York, em 2012 - Lucas Jackson/REUTERS

James Earl Jones foi um pioneiro entre os atores negros dos século XX, dono de uma carreira bastante versátil que se estendeu por mais de seis décadas. O ator teve a sua estreia nos palcos da Broadway em 1958, no Cort Theatre, espaço que foi renomeado em 2022 como James Earl Jones Theatre. Com o seu trabalho, conquistou os principais prêmios do entretenimento norte-americano —o Emmy, Grammy, Oscar e Tony— e se tornou um dos poucos a conquistar o famoso título EGOT.

Jones, porém, não teve uma vida fácil. Abandonado por seus pais quando ainda era criança, Jones foi criado por uma avó racista, e permaneceu mudo durante anos de sua criação. Com o tempo, voltou a falar com as suas cordas vocais estridentes, e se dedicou a obras que o ajudaram a enfrentar a discriminação racial.

Foi o caso de trabalhos dos dramaturgos Howard Sackler e August Wilson, cujas respectivas peças, "A Grande Esperança Branca" e "Fences" permitiram a ele explorar artisticamente uma série de tensões raciais. Ele venceu o Tony de melhor ator pelas duas peças, o mais importante prêmio teatral dos Estados Unidos, em 1969 e 1987. Em 1970, ele foi indicado ao Oscar pelo papel de Jack Jefferson na adaptação de "A Grande Esperança Branca" para as telonas.Jones

Ele também encontrou seu espaço em novelas americanas dos anos 1960, que se mostraram à frente de seu tempo pela ousadia de escalar um homem negro em papéis relevantes. Ele interpretou o doutor Jerry Turner em "As The World Turns" e deu vida a Jim Frazier em "Guiding Light". Na época, ainda era raro ver atores não brancos como profissionais bem qualificados na televisão.

Outro marco na sua carreira foi a decisão do diretor George Lucas, o criador da saga "Star Wars", que optou por colocar a voz de um afro-americano ainda desconhecido por detrás da máscara daquele que se tornaria um dos vilões mais marcantes da história do cinema, Darth Vader. Sua voz icônica também marcou o leão Mufasa, do clássico "O Rei Leão", da Disney, lançada em 1994, personagem que ele teve a chance de revisitar em 2019.

James Earl Jones desenvolveu uma longa carreira, durante a qual atuou em diversas peças, quase 90 seriados de televisão e cerca de 120 filmes. O ator foi casado com a atriz e cantora Julienne Marie, entre 1968 e 1972. Dez anos depois, se casou com a atriz Cecilia Hart, com quem ficou por 34 anos, até sua morte em 2016. Ele deixa o filho Flynn Earl Jones.

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