Especialistas buscam formas confiáveis de medir economia chinesa

Desconfiança de dados oficiais impulsionou criação de indicadores alternativos

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Financial Times

A China se tornou solo fértil para os cientistas de dados que buscam desenvolver indicadores alternativos quanto à saúde de uma economia, em parte por conta da desconfiança sobre a qualidade de suas estatísticas oficiais.

Enquanto os dados econômicos do Ocidente tendem a ser lentos mas razoavelmente precisos, até mesmo as autoridades chinesas admitem que seus números podem ser manipulados - ou "artificiais", nas palavras do primeiro-ministro Li Keqiang.

Isso gerou diversos indicadores alternativos que tomam por base a geração de eletricidade, o volume de empréstimos ou os embarques de carga ferroviária - um desses índices informais até leva o nome de Li.

Os provedores de dados alternativos levaram essa ideia a um novo patamar.

O Índice Satélite da Indústria Chinesa, da SpaceKnow, que se baseia em 2,2 bilhões de imagens individuais sobre uma área de 500 mil quilômetros quadrados, abarcando mais de seis mil sítios industriais espalhados pela China, é um dos melhores exemplos.

O indicador oferece aos investidores uma medida mais rápida e talvez mais precisa do setor industrial chinês. Em 2015/2016, o índice apontou para queda de produção industrial muito maior que a revelada nas estatísticas oficiais, e é possível que tenha capturado melhor a desaceleração sofrida pelo país.

As imagens obtidas por satélite podem ser prejudicadas temporariamente por problemas simples, como o tempo nublado, mas oferecem dados mais granulares e atualizados do que as estatísticas tradicionais.

A Orbital Insights, comandada por James Crawford, antigo engenheiro da Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (Nasa) norte-americana e do Google, monitora a produção de aço na Índia e China com base no calor emitido pelos altos-fornos dos dois países.

A Orbital Insights também trabalhou com o Banco Mundial no mapeamento de índices de pobreza, usando imagens via satélite, e planeja lançar mais conjuntos de dados macroeconômicos. "Esse é o futuro", diz Crawford. "Dentro de alguns anos teremos vigilância em nível motor sobre todo o planeta, a cada dia".

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