A rede de churrascarias Fogo de Chão será vendida por US$ 560 milhões (R$ 1,8 bilhão), para a empresa americana de investimentos Rhône Capital. A operação foi anunciada nesta terça (20).
Os acionistas receberão, em dinheiro, US$ 15,75 por ação, valor que representa um prêmio de 25,5% em relação ao fechamento do papel na sexta-feira (16) passada.
As ações da empresa, negociadas na Nasdaq (Bolsa de Nova York), tiveram valorização de 23,9% nesta segunda.
O valor da companhia, porém, teve forte retração desde junho de 2015, quando o capital foi aberto. As ações começaram a ser negociadas em US$ 25,65. Hoje, após a alta, fecharam em US$ 15,55.
Hoje, a empresa deveria estar valendo bem mais que isso. Está bem abaixo do que chegou a valer há três anos, afirmou Jair Coser, que fundou a companhia ao lado de seu irmão, Arri Coser. Ambos saíram do negócio em 2011.
A compra, que foi aprovada por unanimidade pelos diretores, deve ser concluída no segundo trimestre, após obter aprovações regulatórias.
"Após um processo de avaliação das opções disponíveis, o conselho de administração está confiante de que esta transação vai dar à Fogo de Chão oportunidade significativa de gerar valor para nossos acionistas", disse o presidente-executivo da rede de churrascarias, Larry Johnson, em comunicado.
EXPANSÃO
A primeira unidade do Fogo de Chão foi aberta em 1979, em Porto Alegre, pelos irmãos gaúchos Jair e Arri Coser. Desde então, a empresa já passou por algumas operações.
Em 2011, os fundadores saíram da companhia, com a venda à gestora de investimentos GP --que já detinha 35% de participação.
A empresa, por sua vez, vendeu a rede em 2012 ao fundo de private equity americano Thomas H. Lee Partners, em um negócio de US$ 400 milhões.
A atuação nos Estados Unidos começara bem antes disso, com os próprios irmãos Coser. Em 1997, a primeira unidade era aberta em Dallas.
Hoje, é a operação americana quem puxa a receita da rede, que opera 38 restaurantes nos Estados Unidos e 9 no Brasil, além de duas joint ventures no México e outras duas no Oriente Médio.
Durante a crise econômica brasileira, a participação dos restaurantes do país teve uma perda significativa de participação. Em 2014, ela era de 23,7%, taxa que caiu para 16,4% em 2015 e para 14,8% em 2016. Até o fim de setembro de 2017, a receita com os restaurantes brasileiros representava 13,8% do total.
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