Após um 2017 marcado por escândalos, processos judiciais, restrições regulatórias e troca de diretoria, a Uber terminou o ano com uma receita de US$ 7,5 bilhão (cerca de R$ 24,27 bilhões) e um prejuízo de US$ 4,5 bilhões (R$ 14,56 bilhões). 

Apesar da forte perda, a perspectiva é positiva, já que o resultado melhorou nos últimos três meses do ano passado.

Após um terceiro trimestre de forte prejuízo --US$ 1,46 bilhão (cerca de R$ 4,72 bilhões)--, a empresa conseguiu retomar a trajetória de desaceleração das perdas, que foram de US$ 1,1 bilhão (cerca de R$ 3,56 bilhões) no período. 

Enquanto isso, a receita subiu 11,8% nos últimos três meses do ano, em relação ao trimestre anterior. 

O caixa da empresa, porém, fechou 2017 em US$ 6 bilhões, uma queda de 13% em relação ao ano anterior. 

As informações  --inicialmente fornecidas a investidores da empresa e obtidas por jornais americanos-- foram confirmadas pela empresa no Brasil.

Como a companhia é de capital fechado, não é obrigada a divulgar seus resultados. Os dados de 2016, por exemplo, não foram completamente divulgados pela empresa, que ao longo do tempo alterou a forma de contabilizar sua receita, o que dificulta comparações. 

A divulgação do balanço de 2017 ocorre pouco mais de um mês após o grupo japonês SoftBank adquirir uma fatia significativa da Uber, que foi avaliada em US$ 48 bilhões --um valor 30% menor que a avaliação mais recente até então, de US$ 70 bilhões.

Entre os motivos apontados para os altos custos da companhia estão as despesas judiciais. Um exemplo disso é o processo movido pela Waymo (subsidiária da Alphabet, grupo do Google), que acusava a empresa de uso indevido de segredos comerciais. A ação foi resolvida na última semana, com um acordo em que a Uber concordou em pagar US$ 245 milhões e deixar de usar alguns projetos.