Guardia se fortalece como o mais cotado para a Fazenda 

Secretário-executivo substituiria Henrique Meirelles à frente da pasta  

Eduardo Guardia, cotado para o Ministério da Fazenda, em seminário em São Paulo
Eduardo Guardia, cotado para o Ministério da Fazenda, em seminário em São Paulo - Silvia Costanti - 8.nov.2016/Valor
Reuters

O presidente Michel Temer praticamente fechou a indicação de Eduardo Guardia, secretário-executivo do Ministério da Fazenda, para substituir Henrique Meirelles assim que o ministro decidir pela desincompatibilização.

Segundo uma fonte palaciana, faltam apenas detalhes e Temer não bateu o martelo ainda porque Meirelles não decidiu quando efetivamente deixará o ministério.

O presidente estuda também outras alterações na equipe econômica, a principal delas, deslocar Dyogo Oliveira, hoje ministro do Planejamento, para comandar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

“O presidente não bateu o martelo, mas está se debatendo a ideia. A intenção é mudar o perfil de atuação do banco. O Dyogo tem um perfil interessante para o BNDES. O presidente tem o desejo de fazer essa mexida”, disse a fonte palaciana.

Se a mudança for feita, Mansueto de Almeida, Secretário de Acompanhamento Fiscal da Fazenda —e outro nome que era considerado para o lugar de Meirelles— assumiria o Planejamento.

Uma terceira fonte, que também pediu para não ser identificada, afirmou que Dyogo não teria intenção de deixar o Planejamento mas iria para o BNDES “se o presidente Temer quiser”. 

Os nomes de Guardia e Mansueto foram indicados a Temer por Meirelles. O presidente disse ao ministro que poderia indicar seu sucessor na pasta ao sair para fazer parte do projeto político do MDB para as eleições.

O secretário de Acompanhamento Fiscal teria mais trânsito no Congresso, mas Guardia é o nome preferido por Meirelles e não há resistência por parte de Temer.

Meirelles anunciou na véspera que irá se filiar ao MDB na próxima terça-feira e decidir na semana que vem se disputará as eleições deste ano. Para concorrer no pleito, os ocupantes de cargos no Executivo precisam deixar seus postos até 7 de abril.

EXPERIÊNCIA

Guardia é doutor em Economia, pela USP (Universidade de São Paulo). Foi pesquisador da área fiscal do Instituto de Economia do Setor Público da Fundação para o Desenvolvimento Administrativo antes de assumir cargos no Executivo.

A partir de 1993, ocupou vários postos no governo do estado de São Paulo. Foi assessor do secretário de Planejamento e Gestão, assessor do coordenador de crédito e do patrimônio da secretaria da Fazenda paulista, chefe da assessoria econômica do secretário adjunto também na secretaria de Fazenda.

Na sequência, inicio a trajetória no governo federal. Foi secretário do Tesouro Nacional no último ano do governo Fernando Henrique Cardoso e ocupou o cargo de secretário adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda. 

Entre 2003 e 2006, voltou ao governo de São Paulo como secretário de Fazenda de Geraldo Alckmin. Esteve na iniciativa privada. Foi diretor executivo da BM&FBovespa entre 2013 e 2015, quando então foi chamado por Meirelles para voltar ao Ministério da Fazenda. 

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