China nega ter oferecido pacote de US$ 200 bi para reduzir déficit comercial dos EUA

O país asiático anunciou também que estava encerrando sua investigação sobre sorgo americano

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Pequim e Singapura | Reuters

A China negou nesta sexta-feira (18) que tenha oferecido um pacote para reduzir o déficit comercial dos EUA em até US$ 200 bilhões, horas depois de ter desistido de uma investigação antidumping sobre as importações de sorgo americanas em um gesto conciliatório no momento em que os principais negociadores se encontram em Washington.

Autoridades dos EUA disseram na quinta (17) que a China estava propondo concessões comerciais e aumento das compras de bens americanos com o objetivo de reduzir o déficit comercial dos EUA com a China em até US$ 200 bilhões por ano.

"Esse rumor não é verdade. Isso eu posso confirmar para vocês", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Lu Kang, em entrevista à imprensa.

"No meu entender, as consultas relevantes estão em andamento e elas são construtivas", disse ele, acrescentando que não poderia dar mais detalhes sobre as negociações.

O vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, está em Washington nesta semana para discussões com autoridades dos EUA lideradas pelo secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, com o objetivo de evitar uma guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.

Nesta sexta, a China anunciou que estava encerrando sua investigação sobre sorgo, o que efetivamente suspendeu um comércio no valor de cerca de 1,1 bilhão de dólares no ano passado e afetou os mercados globais de grãos e provocou preocupações sobre o aumento dos custos internamente.

OS EUA são a fonte dominante da China de sorgo importado. Ao explicar o fim da investigação, o Ministério do Comércio chinês disse que ela "teria um impacto generalizado sobre os custos de vida dos consumidores, e não está de acordo com o interesse público".

O movimento foi visto como um gesto de boa vontade.

A investigação, lançada no início de fevereiro, mostrou rapidamente ao principal parceiro comercial da China o sofrimento financeiro que poderia infligir aos agricultores dos Estados Unidos, disseram analistas. No mês passado, Pequim também impôs um depósito antidumping pesado sobre as importações do grão.

"A China ensinou uma lição aos Estados Unidos e mostrou como pode prejudicar as exportações norte-americanas", disse Ole Houe, diretor de serviços de consultoria da corretora IKON Commodities, em Sydney.

"Agora eles estão mostrando boa vontade ao interromper sua investigação antidumping sobre as importações de sorgo, mas é uma maneira barata de mostrar boa vontade, já que os EUA não têm muito mais sorgo para exportar. A próxima safra de sorgo dos EUA será colhida em agosto."

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