O ex-presidente-executivo da Volkswagen foi indicado por acusações de fraude nos Estados Unidos devido aos anos de esforços da montadora de automóveis para manipular os resultados de testes com seus veículos diesel, fingindo que estes respeitavam os padrões federais americanos para a emissão de poluentes.
O executivo, Martin Winterkorn, é um dos seis executivos da Volkswagen indiciados em um caso federal americano anunciado nesta quinta-feira (3) em um tribunal federal de primeira instância em Detroit.
Os seis estão sendo acusados de conspirar para fraudar o governo dos Estados Unidos quanto à aplicação dos padrões de emissões de poluentes estabelecidos pela Lei do Ar Limpo. Eles também estão sendo acusados de fraude telegráfica e de violação direta da Lei do Ar Limpo.
A empresa prestou declarações falsas e omitiu informações relevantes, como parte de um esquema cujo objetivo era "enriquecer indevidamente a Volkswagen e os executivos mesmos", de acordo com o indiciamento.
No ano passado, a Volkswagen tentou deixar o escândalo para trás nos Estados Unidos, aceitando um acordo em que se admitia culpada por acusações criminais de que havia importado ao país quase 600 mil veículos equipados com dispositivos que os ajudavam a desrespeitar os padrões americanos de emissão de poluentes.
A empresa pagou penalidades em valor de US$ 4,3 bilhões e foi colocada por três anos sob observação de um monitor que fiscalizará seu cumprimento de normas éticas e regulatórias.
Oliver Schmidt, que foi executivo da Volkswagen no Michigan, foi sentenciado em dezembro a sete anos de prisão por seu papel no esquema, que maculou a reputação da companhia e lhe custou mais de US$ 20 bilhões em multas.
Winterkorn, 70, foi presidente-executivo da Volkswagen por oito anos e renunciou pouco depois que a trapaça quanto às emissões foi exposta, no final de 2015.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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