Mercado mira diferença de juros entre EUA e Brasil

Sucessivos cortes na Selic reduziram distância entre títulos dos dois países

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São Paulo

Ao manter a Selic, juros básico, em 6,5% ao ano, o Banco Central atuou num ponto importante para quem em investe em títulos: o diferencial de juros local em relação ao dos Estados Unidos.

A diferença entre as taxas de títulos com vencimento em um ano, que atingiu a mínima de 3,71 pontos percentuais em 2 de maio, subiu para 4,03 pontos na quinta-feira (17), um dia após o Copom (Comitê de Política Monetária) deixar a Selic inalterada.

O levantamento foi realizado por Livio Ribeiro, pesquisador do Ibre/FGV (instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).

Esse é um dos fatores que têm provocado a valorização do dólar em relação ao real. A expectativa de alta de juros nos Estados Unidos aumenta também a perspectiva de ganhos com títulos americanos. Esses ativos, considerados seguros, se tornam mais atraentes para o investidor em relação a papéis de emergentes como o Brasil, considerados mais arriscados.

Esse fenômeno ocorre em vários países e está causando a valorização global da moeda americana. A perspectiva é que esse componente se mantenha até o final do ano.

O Federal Reserve (Fed, banco central americano) deve realizar pelo menos mais duas altas de juros em 2018 --mas tem se fortalecido a perspectiva de um quarto aumento, na reunião de dezembro.

Essa tendência abre caminho para que o diferencial volte a diminuir neste ano, considerando que o BC manterá os juros em 6,5%. "A política monetária do Brasil até o fim de 2018 não deve se mexer, mas ainda tem o fator juros da economia americana. Até o fim deste ano, o diferencial possivelmente cairá um pouco, porque o juro americano vai subir."

Segundo ele, a diferença deve recuar de 4% para 3,5%. "Mas esse não é um fator que o Banco Central consideraria ao avaliar altas de juros neste ano. Ele se preocupa só com os impactos secundários do movimento do câmbio na economia e que devem ser combatidos", afirma.

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