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New York Times reporta alta de receita com avanço das assinaturas digitais

Receita da publicidade em mídia impressa mostrou mais força do que em períodos precedentes

Sede do The New York Times em Nova York
Sede do The New York Times em Nova York - Don Emmert/AFP
Jaclyn Peiser
The New York Times

O total de assinantes digitais da New York Times Company cresceu em 139 mil no primeiro trimestre de 2018, um avanço de 25,5% ante o resultado do mesmo período no ano anterior, o que ajudou a empresa a elevar sua receita geral e a compensar o declínio em seu faturamento com publicidade digital.

A empresa anunciou na quinta-feira (3) que cerca de 40 mil de seus novos assinantes vieram por meio de produtos como seus aplicativos culinários e de palavras cruzadas.

O avanço elevou o total de assinantes exclusivamente digitais dos produtos da companhia a cerca de 2,8 milhões.

A New York Times Co. informou que sua receita total no período foi de US$ 414 milhões (cerca de R$ 1,5 bilhão), ou 3,8% a mais que no primeiro trimestre de 2017.

A receita com assinaturas subiu em 7,5%, para US$ 260 milhões (R$ 922,4 milhões), e responde agora por quase dois terços da receita total da companhia.

"A retenção [de assinantes] em nossos principais produtos noticiosos continua a ser uma história muito encorajadora", disse Mark Thompson, presidente-executivo da empresa, durante uma conversa com investidores.

"Continuamos a reter os assinantes conquistados depois da eleição, alguns dos quais já mantêm suas assinaturas há bem mais de um ano, e também estamos retendo os assinantes anteriores".

A despeito do crescimento no número de assinantes, a empresa sofreu queda de 6% em sua receita com publicidade digital, ante o primeiro trimestre do ano passado. Foi a primeira vez desde o segundo trimestre de 2016 que a receita com publicidade digital caiu.

No primeiro trimestre de 2017, a receita com publicidade digital registrou alta de 17%, em parte por conta do chamado efeito Trump.

"O caráter de nosso modelo publicitário, que depende cada vez mais de parcerias comerciais estratégicas e muitas vezes de grandes campanhas individuais, significa resultados menos regulares do que costumava ser o caso, digamos, três anos anos atrás, à medida que as parcerias e campanhas individuais entram e saem de linha", disse Thompson.

A receita com publicidade digital foi de US$ 46,7 milhões no período, respondendo por 37% da receita publicitária total da companhia.

Thompson disse que antecipava que a queda na receita com publicidade digital persistiria no segundo trimestre, mas se declarou confiante em que ela se recuperaria no terceiro trimestre de 2018.

"Em um mercado de publicidade digital que evolui rapidamente, acreditamos que nossas ofertas diferenciadas, a segurança de nosso ambiente, e desejo crescente das principais marcas do planeta de se associaram ao The New York Times nos posicionam para o sucesso", ele disse.

PUBLICIDADE IMPRESSA

Um resultado surpreendente foi que a receita da publicidade em mídia impressa mostrou mais força do que em períodos precedentes; Thompson a definiu como "a melhor desde o terceiro trimestre de 2015".

Com queda de apenas 2% ante a receita do período em 2017, ela sofreu queda muito menor no período mais recente do que a registrada no primeiro trimestre de 2017, quando caiu em 18% com relação ao período no ano precedente.

O lucro operacional ajustado, que a empresa prefere como indicador de desempenho, foi de US$ 55,5 milhões no trimestre, cerca de 10% superior aos US$ 50,2 milhões do período um ano atrás.

O custo operacional foi de US$ 378 milhões no primeiro trimestre, cerca de US$ 11 milhões a mais do que o total do período em 2017, em larga medida por um aumento nos custos salariais.

Para o futuro, Thompson disse que a empresa tinha por foco novas maneiras de expor seu trabalho a diferentes audiências, especialmente na TV e cinema.

"Primeiro, no final de maio, teremos um documentário independente do canal de TV a cabo Showtime que mostrará a redação do The New York Times e nossa cobertura do primeiro ano de mandato de Trump", disse Thompson.

"E temos projetos próprios em desenvolvimento, entre os quais um acordo recentemente anunciado com a Anonymous Content que nos ajudará a acelerar a chegada do jornalismo do The New York Times à televisão e ao vídeo".

Ele mencionou o sucesso do podcast The Daily como exemplo da maneira pela qual o The New York Times pode se adaptar a formatos diferentes.

"O podcast The Daily demonstrou nossa capacidade de traduzir a qualidade, autoridade e humanidade do jornalismo do The New York Times em forma de áudio, e acreditamos que será possível fazer o mesmo na televisão", disse Thompson.

"Acreditamos que isso possa se tornar uma maneira tanto de gerar receita quanto de expor o jornalismo do The New York Times a novas audiências, e refinar ainda mais sua reputação". 

Tradução de PAULO MIGLIACCI

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