Descrição de chapéu greve dos caminhoneiros

São Paulo tem clima de 'que crise?' após queda de bloqueios em estradas

Prateleiras dos supermercados estavam cheias e postos tinham combustível

Curitiba , São Paulo e Rio de Janeiro

Com o enfraquecimento do protesto de caminhoneiros, o clima em São Paulo no feriado de Corpus Christi (31) era de "que crise?", com o abastecimento voltando à normalidade.

Nos supermercados da capital paulista, as prateleiras estavam cheias. A loja do Pão de Açúcar na rua Teodoro Sampaio, em Pinheiros, foi abastecida na noite de quarta (30) por caminhões vindos da central da empresa, na rodovia Anhanguera, segundo um dos funcionários, que não quis se identificar.

Mesmo bairro e mesma situação no Mambo, que recebeu itens como leite e carnes, provenientes do centro de distribuição da companhia, na cidade de Anhanguera, na quarta (30) e na quinta, de acordo com o gerente do supermercado, que preferiu não se identificar.

Entre a população, o clima também era de normalidade. Questionados pela reportagem sobre a paralisação, o casal Patrícia, 50, e João Pires, 63, retrucou com um "que crise", enquanto aguardava uma mesa no restaurante Consulado da Bahia, na rua dos Pinheiros, polo gastronômico da zona oeste da capital paulista.

Ao longo da via, o fluxo de clientes era intenso. Diversas mesas de restaurantes dispostas nas calçadas estavam ocupadas.

Na Ceagesp, maior entreposto atacadista de alimentos da América Latina, era preciso tomar cuidado para não ser atropelado pelos diversos carrinhos que circulavam cheios de caixas de alface, brócolis, couve, tomate, rabanetes e sacos de batata.

Para a comerciante Marizete Melo, 55, estava tudo "normal, tranquilo". Os preços, ainda segundo Marizete, voltaram a níveis similares aos pré-crise: a caixa de tomate saía por R$ 50. O mesmo para a couve-flor (R$ 20).

O movimento também ocorreu com a batata, símbolo do desabastecimento: o saco de 50 kg da variedade asterix custava entre R$ 120 e R$ 140 --contra até R$ 250 na última semana. Grande parte dos carregamentos que chegaram à Ceagesp na manhã desta quinta eram provenientes de Minas Gerais, segundo os comerciantes.

Se havia o que vender na central, faltavam clientes, segundo o comerciante Alex Lima de Souza, 20. "Não tem ninguém para comprar, o povo está preocupado só em abastecer o carro", afirmou.

No Rio, o abastecimento da Ceasa, principal central de distribuição de alimentos do estado, também começou a voltar ao normal.

A média de caminhões que descarregaram na unidade, em Irajá, zona norte da capital, voltou aos patamares pré-mobilização dos caminhoneiros, de cerca de 400 por dia. Durante a crise, a média de caminhões havia caído para cerca de 30 ao dia.

No Paraná, a Ceasa de Curitiba abriu para descarga e repasse de mercadorias que ficaram presas na paralisação.

Alguns compradores compareceram, mas a Ceasa não tem informação de quantos produtos foram comercializados. A coordenação espera um bom número de produtores nesta sexta (1°).

Ana Luiza Albuquerque, Bruno Lee , Diana Lott e Lucas Vettorazzo
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