Sem ministro negro, Temer cria cota racial de 30% para estagiários

Percentual dependerá da adesão de empresas públicas à medida

Gustavo Uribe
Brasília

O presidente Michel Temer assinou decreto nesta quinta-feira (28) que garante que 30% das vagas de estágio na administração pública sejam destinadas a jovens negros. 

A criação da cota racial será publicada nesta sexta-feira (29) no Diário Oficial da União e a intenção do Ministério dos Direitos Humanos é de que ela seja estendida para o Ministério Público. 

Segundo o secretário nacional de igualdade racial, Juvenal Araújo, a adoção do percentual é facultativa e depende da adesão das empresas públicas.

"Todos os órgãos do governo federal com certeza farão essa adesão. Hoje, tivemos a Petrobras, o Banco do Nordeste, a Caixa e o Banco do Brasil. O direcionamento é para que todos façam", disse.

Em discurso, no Palácio do Planalto, o presidente disse que está dando "mais oportunidades a uma população que enfrenta histórico de exclusão". 

Hoje, contudo, nenhum dos 29 ministros é negro. A única representante do movimento era a desembargadora aposentada Luislinda Valois, demitida em fevereiro do comando dos Direitos Humanos.

"Isso é um documento histórico de inclusão social. Nós estamos dando mais oportunidades a uma população que enfrenta histórico de exclusão e que é vitima das mais diferentes formas", disse. 

No evento, o ministro dos Direitos Humanos, Gustavo Rocha, lembrou que o percentual adotado é superior aos 20% previstos na lei de cotas raciais para vagas em concursos públicos. 

"A assinatura do decreto demonstra o comprometimento do governo federal com a promoção dos direitos humanos", disse.

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