Trump está pronto para impor tarifas sobre US$ 50 bi em bens chineses, diz autoridade

Lista deve conter 800 categorias de produtos, abaixo das 1.300 anteriormente divulgadas

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu impor tarifas “bem significativas” sobre bens chineses, disse nesta quinta-feira (14) uma autoridade do governo, enquanto o governo chinês alertou estar pronto para responder se os EUA escolherem o caminho das tensões comerciais.

Trump deve divulgar revisões de sua lista inicial de tarifas mirando US$ 50 bilhões em bens chineses na sexta-feira (15). A lista vai conter 800 categorias de produtos, abaixo das 1.300 anteriores, de acordo com outra autoridade do governo e uma fonte da indústria familiarizada com a lista.

O presidente dos EUA não acredita mais que a influência de Pequim sobre a Coreia do Norte é uma razão atraente para aliviar negociações comerciais agora que seu governo abriu uma linha de comunicação direta com o país que possui armas nucleares, disse a primeira autoridade do governo.

O secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, argumentou contra a imposição de tarifas em encontro na Casa Branca nesta quinta-feira, mas deve prevalecer, disse a autoridade.

   O diplomata mais sênior do governo chinês, o conselheiro estatal Wang Yi, disse que seu país está preparado para responder se Trump seguir em frente com as tarifas.

Em declaração a repórteres em Pequim, com o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, Wang disse que há duas escolhas no que diz respeito à questão comercial.

“A primeira escolha é cooperação e benefício mútuo. A outra escolha é confronto e perda mútua. A China escolhe a primeira”, disse Wang. “Nós esperamos que o lado dos EUA também possa tomar a mesma decisão sábia. É claro, nós também estamos preparados para responder ao segundo tipo de escolha.”

A ação em direção à imposição de tarifas norte-americanas sobre bens chineses segue negociações entre autoridades dos EUA e China centradas em aumentar compras por Pequim de commodities agrícolas e energéticas dos EUA e cortar o déficit comercial norte-americano com a China.

O secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, se encontrou neste mês com autoridades chinesas em Pequim e retornou com uma proposta chinesa de comprar cerca de 70 bilhões de dólares em commodities adicionais e bens manufaturados. Mas esta oferta não foi aceita por Trump, disseram pessoas familiares à questão.

Wang disse que os dois países haviam concordado em usar “meios construtivos” para lidar com desentendimentos.

Pompeo disse que o déficit norte-americano com a China ainda é muito alto, mas que tiveram boas conversas. Ele se reuniu com o presidente da China, Xi Jinping, mais tarde nesta noite, e desejou Xi um feliz aniversário para sexta-feira.

Xi disse a Pompeo que espera que os EUA possam lidar “cautelosamente e apropriadamente” com questões sensíveis para evitar “grandes distúrbios” nas relações entre China e EUA, informou o Ministério das Relações Exteriores da China em comunicado.

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