Com caminhoneiros, superávit comercial cai mais de 18% em junho

Exportações cresceram 2,1% ante mesmo mês de 2017; importações subiram 13,7%

Maeli Prado
Brasília

O Brasil registrou um superávit comercial de US$ 5,8 bilhões no mês passado, uma queda de 18,1% na comparação com junho de 2017, segundo divulgou o Mdic (Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços) nesta terça-feira (3).

Ainda afetadas pela paralisação dos caminhoneiros nas primeiras semanas do mês passado, as exportações somaram US$ 20,2 bilhões, alta de apenas 2,1% na comparação entre junho de 2017. 

Já as importações foram de US$ 14,3 bilhões, um crescimento bem maior, de 13,7% na média diária. 

O conceito de média diária é usado pela pasta para eliminar as distorções causadas pelas diferenças de dias úteis em cada mês. 

"Houve um crescimento de cerca de 2% nas exportações. Acredito que a greve foi um dos fatores prováveis que determinou um menor crescimento", afirmou o ministro Marcos Jorge. "É óbvio que o saldo seria um pouco maior [sem a greve]", completou.

De acordo com Jorge, o impacto sobre as exportações se manteve nas duas primeiras semanas do mês passado. No caso das importações, a retomada se deu já na segunda semana.

"Independentemente da greve, nossa previsão para o saldo comercial em 2018 é um pouco menor do que o do ano passado", afirmou. 

REPETRO

O secretário de Comércio Exterior do Mdic, Abrão Neto, confirmou que as mudanças no regime de isenção fiscal do governo federal Repetro, que preveem a nacionalização de bens da Petrobras, terão como impacto o aumento das importações.

Ele declarou que isso ocorrerá no prazo de dois anos, mas não adiantou o tamanho do impacto sobre as estatísticas. 

"A alteração do marco legal do Repetro levou a mudanças na forma de tratamento desses bens. Uma das mudanças é que a desoneração dos tributos nos investimentos está condicionada à nacionalização de bens. Isso ocorrerá nos próximos dois anos. Há um prazo longo para a alteração desses investimentos", disse. "Ainda não há um valor exato, mas isso deve levar a um aumento das importações". 

ACUMULADO DO ANO

No acumulado do ano, o saldo comercial foi superavitário em US$ 30 bilhões, uma queda de 17% em relação ao mesmo período de 2017. 

As exportações tiveram alta de 5,7% na comparação entre os dois períodos, com destaque para as vendas de bens manufaturados para outros países.

De acordo com o ministério, os destaques foram os embarques recordes de minério de ferro, soja em grão, farelo de soja e celulose.

Já as importações tiveram crescimento de 17,2% nessa comparação pelo período acumulado, com destaque para as compras de bens de capital (máquinas e equipamentos).
 

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.