A presidente da corretora Gradual Investimentos, Fernanda de Lima, o diretor de operações da corretora e marido de Fernanda, Gabriel Gouvea, e outros dois funcionários da empresa viram réus na Justiça de São Paulo sob acusação de gestão fraudulenta e desvios de R$ 20 milhões.
Eles foram investigados na Operação Encilhamento, que apura suposto envolvimento de corretoras em fraudes com fundos de pensão municipais.
O juiz João Batista Gonçalves, da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, aceitou no começo do mês denúncia contra os executivos da Gradual oferecida pelo Ministério Público Federal.
Segundo a denúncia, Fernanda e Gabriel, auxiliados pela contadora Meire Bomfim da Silva Poza e pelo corretor Fabrício Fernandes Ferreira da Silva, cometeram juntos seis crimes entre janeiro de 2016 e agosto de 2017.
Os dois funcionários da corretora e Fernanda respondem ao processo em liberdade. Gabriel teve prisão preventiva decretada por descumprir medidas alternativas à prisão relacionadas a um habeas corpus.
O MPF afirma que o casal aprovou a emissão de debêntures (títulos de dívida de empresas) sem lastro por meio de companhias da qual também são controladores.
Esses papéis foram comprados por fundos geridos pela Gradual. O dinheiro para a compra das debêntures veio, ainda de acordo com a denúncia, do fundo de previdência privada do município de Campos de Goytacazes (RJ).
Em 22 de maio, o Banco Central decretou liquidação extrajudicial da corretora.
O advogado de Fernanda e Gabriel, Euro Bento Maciel Filho, afirmou que ainda não teve acesso à denúncia. Em entrevista à Folha, Fernanda afirmou que as debêntures têm lastro.
A Folha não conseguiu contato com os advogados de Meire e Fabrício.
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