BC argentino intervém novamente, mas não impede aumento do dólar

Macri falou sobre a crise e disse que não adianta trocar ministros

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Buenos Aires

Apesar de nova intervenção do Banco Central, com a venda de US$ 358 milhões, o peso se desvalorizou ainda mais nesta terça-feira (4), fechando a jornada em 39,6 ante o dólar.

O ministro da Fazenda, Nicolás Dujovne, se reuniu com a presidente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Christine Lagarde, para discutirem os ajustes no acordo feito em junho e que liberaria US$ 50 bilhões à Argentina em 36 meses.

O governo argentino quer antecipar as parcelas prometidas pelo fundo. Até agora, foram entregues US$ 15 bilhões, e o governo pediu um adiantamento de outros US$ 3 bilhões. Em contrapartida, o país faria um ajuste mais severo e adiantaria o cronograma de redução do déficit fiscal.

Após a reunião, Lagarde afirmou que ela e o ministro das Finanças da Argentina avançaram no programa apoiado pelo FMI para a Argentina, diante da volatilidade do mercado.

"Nossas discussões continuarão em nível técnico e, como já dito, nosso objetivo comum é chegar a uma conclusão rápida para apresentar uma proposta ao Conselho Executivo do FMI", disse Lagarde após reunião com o ministro argentino Nicolas Dujovne e o vice-presidente do banco central, Gustavo Cañonero.

Dujovne afirmou, após a reunião, que o conseguiu um acordo melhor do que o anterior. "Já estamos vendo melhoras nos indicadores de solvência externa, estamos reduzindo nosso déficit de conta corrente e do balanço de pagamentos".

O primeiro-ministro afirmou ainda que os mercados veem problemas, pois estão "olhando pelo espelho retrovisor". Dujovne disse também que o país "já está obtendo progressos em matéria fiscal e no sentido de adaptar-se ao novo contexto de financiamento externo".

Em fala à TV local, o primeiro-ministro pediu paciência, pois os reflexos das medidas de austeridade demoram a surgir nos indicadores financeiros. Também disse que o novo acordo seria votado pelo FMI nesta quarta-feira. 

Macri faz discurso na tarde desta terça-feira (4) na sede da UIA (União Industrial Argentina) - Juan Mabromata/AFP

Na tarde desta terça-feira (4), o presidente Macri fez um discurso na sede da UIA (União Industrial Argentina) em que afirmou estar certo de que o pacote de medidas apresentado na segunda-feira (3) é “o caminho certo para sair desta tormenta, pois não há soluções mágicas”.

Reforçou que “não adianta ficar trocando nomes”, referindo-se à pressão do mercado para que mude ministros da área econômica. Por outro lado, durante o fim de semana, Macri sondou dois ex-ministros para saber se queriam voltar ao governo, Martín Lousteau e Alfonso Prat-Gay —ambos se recusaram.

Depois, afirmou, “sei qual é o caminho para sair dessa tormenta e reestabilizar a economia. Devemos juntar o novo acordo com o FMI a um programa financeiro sólido para 2019, além de recuperar o financiamento externo.”

Fechou o discurso prometendo que as medidas tomadas irão “baixar a inflação, que foi o câncer com o qual convivemos por muitos anos.”

Com Reuters

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.