Chefe da Petrobras se diz otimista quanto à manutenção de regras pelo próximo governo

Ivan Monteiro reforçou que o país deve explorar o pré-sal antes que o petróleo perca espaço para energias renováveis

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Rio de Janeiro

Em cerimônia de encerramento da maior feira de petróleo e gás do país, o presidente da Petrobras, Ivan Monteiro defendeu a manutenção das regras do setor pelo próximo governo. Segundo ele, a estatal está "se sente confortável" a operar em ambiente competitivo e com parcerias.

"Estou otimista quanto à manutenção dessas melhorias", afirmou o executivo, que defendeu as alterações promovidas pelo governo Michel Temer, como o fim da exclusividade da estatal na operação do pré-sal, a redução dos compromissos de compras no país e a extensão de benefícios fiscais.

0O presidente da Petrobras, Ivan Monteiro, que assumiu a chefia da estatal em junho em substituição a Pedro Parente, em entrevista à Folha
O presidente da Petrobras, Ivan Monteiro, que assumiu a chefia da estatal em junho em substituição a Pedro Parente - Ricardo Borges/Folhapress

"A maior participação das empresas globais [no Brasil] é saudável", disse Monteiro, alegando que a Petrobras se beneficia com as parcerias, por meio da transferência de tecnologia e divisão de riscos. "A Petrobras se sente confortável competindo".

As declarações de Monteiro reforçam o discurso da indústria durante os quatro dias de evento, nos quais repetiram que o Brasil tem uma "janela de oportunidade" para explorar o pré-sal antes que o petróleo perca espaço para energias renováveis.

Entre os três candidatos com mais intenções de votos, Fernando Haddad (PT) e Ciro Gomes (PDT) são críticos à abertura promovida por Temer e propõem o reforço da presença estatal no setor. O líder Jair Bolsonaro (PSL) é considerado uma incógnita, embora seu programa econômico tenha viés liberal.

A defesa das regras tem sido feita não só pelas empresas, mas também por instituições governamentais ligadas ao setor, como o MME (Ministério de Minas e Energia) e a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis).

"É óbvio que atrasar a exploração do pré-sal é optar pela pobreza", disse o diretor-geral da ANP, Décio Oddone, também na cerimônia de encerramento da feira, que teve homenagens a Temer. "É um ambiente revigorado", comentou o presidente do IBP, entidade que reúne as petroleiras, José Firmo.

SOFRÊNCIA

Em seu discurso, o presidente da Petrobras disse que a crise da estatal chegou ao fim e citou como exemplo a valorização das ações nesta quinta (27), após anúncio de acordo para encerrar investigações sobre corrupção nos Estados Unidos com o pagamento de multa de R$ 3,4 bilhões. 

"Presidente, não temos mais sofrência na Petrobras, a crise chegou ao fim", afirmou Monteiro. As ações preferenciais da estatal, as mais negociadas, fecharam o pregão em alta de 6,29%. "Por conta disso, o valor de mercado da empresa superou os R$ 300 bilhões", completou o executivo.

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