Elon Musk é forçado a deixar presidência do conselho da Tesla

Acordo com a agência reguladora americana também inclui uma multa de US$ 20 milhões

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Elon Musk, presidente da Tesla
Elon Musk, presidente da Tesla - Chris Carlson/AP
São Paulo

O presidente da Tesla, Elon Musk, terá de deixar o cargo de presidente do conselho de administração da companhia por três anos, após a acusação de fraude movida pela SEC, agência reguladora do setor financeiro nos Estados Unidos, contra o executivo. 

O acordo firmado entre a empresa e a SEC também determinou o pagamento de uma multa de US$ 20 milhões, tanto ao executivo como à companhia.

O órgão havia entrado com uma ação contra Musk na última quinta-feira (27),  acusando-o de fraude, por fazer declarações públicas falsas com potencial de prejudicar investidores da companhia.

A polêmica começou com uma postagem do executivo fez em uma rede social, no dia 7 de agosto. Nela, afirmou ter “fundos garantidos” para fechar o capital da Tesla.

“Estou pensando em fechar o capital da Tesla em US$ 420 [por ação]. Financiamento garantido”, escreveu Musk, que detém uma fatia de 20% da companhia.

Logo em seguida, as ações da empresa dispararam 11%.

Dias depois, no entanto, o executivo voltou atrás e afirmou que a empresa continuaria com as ações cotadas em Bolsa —o que gerou questionamentos não apenas por parte da SEC, mas também de investidores que abriram processos contra Musk, afirmando que o presidente-executivo os havia iludido e que haviam perdido dinheiro por isso.

Investidores e especialistas em governança corporativa avaliaram que o acordo deverá fortalecer a Tesla, que tem sido prejudicada pelo recente comportamento de Musk em uma série de episódios. 

Além do imbróglio envolvendo a postagem do executivo, ele foi alvo de críticas após a divulgação de um vídeo no qual aparecia fumando maconha, no início de setembro, o que também levou a uma queda nas ações. 

Musk também se envolveu em uma polêmica após o resgate dos 12 meninos que ficaram presos em uma caverna na Tailândia, em julho deste ano. O executivo atacou um dos mergulhadores de resgate britânico que participou da operação, acusando-o de “pedófilo”, mas sem apresentar nenhuma prova.

As ações da companhia vêm sofrendo com as crises. 

Na última sexta-feira (28), Musk havia se recusado a aceitar o acordo proposto pela SEC, o que levou as ações da empresa a caíram quase 14%. No acumulado deste ano, a retração foi de 17,4%, até o fechamento de sexta.

A confirmação do acordo, anunciado neste sábado (29), trouxe alívio aos investidores, que temiam uma longa batalha judicial, que poderia piorar ainda mais a situação financeira da companhia.

Pelo acordo firmado, Musk poderá continuar como presidente-executivo e como membro do conselho da Tesla. 

A companhia vai incluir dois diretores independentes e deverá ampliar o monitoramento de Musk com investidores. 

A empresa também terá que criar um comitê de diretores independentes para acompanhar comunicados ao mercado e potenciais conflitos de interesse da empresa. 

No acordo com a SEC, o executivo não admitiu nem negou a intenção de enganar os investidores com suas publicações nas redes sociais.

No sábado, Musk afirmou que a Tesla está “bem próxima à lucratividade”, em um email enviado pelo executivo aos funcionários e obtido pela Bloomberg. 

Este domingo (30) marca o fim do terceiro trimestre, e a companhia tem sido pressionada a impulsionar suas entregas ainda nesse período. 

"Estamos muito perto de alcançar a lucratividade e provar que os pessimistas estão errados, mas, para ter certeza, devemos executar muito bem amanhã [domingo]", disse Musk em seu email. 

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